Clacir Rasador
Na Bíblia, livro do Gênesis, capítulo 3, versículo 19 (3:19), temos lá a mensagem Divina mais odiada por aqueles que desempregam o emprego: “Com o suor do teu rosto comerás o teu pão, até que voltes ao solo, pois da terra foste formado; porque tu és pó e ao pó da terra retornarás!”.
Acredite-se ou não neste mandato Divino, contudo, àqueles que não têm por escolha o trabalho digno e honesto como caminho para a realização dos sonhos, as notícias dão conta de que – embora, às vezes, de forma tardia, dependendo de qual supremo vir a ser julgado – a tendência é ver o sol ou a chuva dentro de um quadrado cercado por todos os lados, ou ainda a possibilidade nada remota, que venham a retornar brevemente à sua origem, ao pó da terra.
Mesmo que o trabalho não derive unicamente de um emprego, pois há formas autônomas de ganhar o pão de cada dia, o índice de desemprego é um dos principais fatores analisados pelos economistas para diagnosticar a quantas anda a economia e os aspectos sociais do país.
Recentemente, tomando por base pesquisa do IBGE, as estatísticas mostram que estamos há 06 anos com mais de 10 milhões de desempregados.
Contudo, no sentido inverso, há, igualmente, um número expressivo de pessoas que, nesse tempo de pós-pandemia, tem tomado uma decisão que faz aumentar os 10 milhões de desempregados: pedir demissão.
Trazendo esses grandes números para nossa realidade local, diga-se, sem desmerecer os estudos realizados pelos institutos de pesquisa, e servindo-me apenas da experiência empírica do cotidiano, advinda da conversa informal, seja com pessoas desempregadas, empregados, empregadores, autônomos, na barbearia, na padaria, eventos sociais, com amigos, no ambiente corporativo, enfim, nessa pequena porção de terra onde corre trabalho e oportunidades, há razões para acreditar que estamos diante de um outro mundo.
De modo geral, a afirmação é uníssona de que há emprego e não pouco, mas que requer por óbvio trabalho; faltam, sim, interessados – e, quando há interesse, grande parte das oportunidades são desperdiçadas, pois este “interesse” nem sempre prospera no decorrer da seleção de candidatos (muitos sequer se apresentam nas entrevistas devidamente agendadas) e, por fim, em certas áreas técnicas, há uma grande dificuldade em escolher candidatos prontos, ou seja, devidamente capacitados para a função.
Diante disso, surge uma indagação: será que sempre a falta de emprego é a causa do desemprego?
Em tempos do ‘politicamente correto’, mesmo sujeito a críticas severas, as prefiro do que a hipocrisia, logo tendo por premissa, portanto, esta experiência empírica da realidade que subjetivamente vivencio, seguem ao meu ver algumas respostas do porquê, muitas vezes, há o desemprego do emprego: seguro-desemprego (usufruído de forma fraudulenta, enquanto se faz um “trampo”, um “bico” por aqui e ali e [se] ‘deixa a vida me levar, vida leva eu…’), “n” benefícios sociais sem a devida necessidade (lembram-se de quantos não necessitados receberam depósito do auxílio emergencial do Governo Federal?), legislação trabalhista (temor da insegurança jurídica e complexidade das leis), e assim vai…
Entretanto, merece destaque positivo o fato de que muitas pessoas que foram desempregadas pela pandemia passaram a ser autônomos ou empreendedores individuais, cujos ganhos maiores os afastaram do emprego formal.
Por último, há um fator que concorre com a empregabilidade em todas as áreas de atuação, sendo esta a premissa universal do movimento humano em direção ao seu objetivo, a concretização dos sonhos. Chama-se VONTADE – artigo sempre atual, em constante procura e muito valorizado no mercado – a qual, se presente, é causa natural a contribuir para o emprego e da consequência de sua falta – em boa parte das vezes – do desemprego.
Enfim, parafraseando o velho provérbio relegado a muitos autores, onde há vontade, sempre haverá um caminho a empregar!
Vamos em frente!
Salve Jorge!