A jornalista Mônica Rachelle Lovera, 40 anos, pode dizer que tem uma relação de amor com o Carnaval. E não é no sentido literal. Desde os três anos ela gostava de dançar entre confetes e serpentinas nas matinês dos clubes Susfa e Ipiranga. Ela guarda até hoje as fotos daquela época. Mas, sem dúvida, o Carnaval de 1997 ficou marcado para sempre na vida dela. Naquele ano ela estava no bloco Hein Brocada, um dos mais conhecidos da época, e nem imaginava que começaria um longo caminho de amor e companheirismo no clube Susfa.
O analista de sistemas, João Lovera, 39 anos, também não esperava que um sábado de carnaval trouxesse tantas mudanças. Os dois já se conheciam e, mesmo João estando em outro bloco, o Só Alegria, entre uma volta e outra no salão teve um beijo e o namoro começou. “Sempre gostei da folia, era tradição participar da concentração de um bloco, passar pelos clubes e, às vezes, amanhecia fazendo festa na Via del Vino”, relembra.
Depois do namoro já engrenado, os carnavais passaram a ser ao lado do namorado. “Nós dois aproveitamos juntos”, destaca. O inusitado é que Mônica e João se casaram num sábado de Carnaval, nove anos depois. “Marquei o casamento em junho e não dei por conta da data, foi uma coincidência e tanto”, sorri. A Lua de Mel foi em Recife. “Foi muito divertido conhecer os bonecos de Olinda e ver toda aquela festa”,afirma.
Mônica diz que a ansiedade para a chegada do Carnaval era muito grande. “Chego a me arrepiar de emoção só em lembrar daquela época”, fala. Ela considera que a década de 90 era mais segura do que hoje. “Íamos caminhando de um clube para outro, coisa que hoje é difícil de fazer”. A jornalista fala que quando finalmente chegou aos 17 anos e poderia ir para o ao Carnaval à noite , pegou caxumba. “Foi o único ano que não fui. Hoje vou no infantil para levar meu filho Bernardo, de quatro anos”.
A década de 90 foi marcada pela chegada do ritmo axé, muito popular no Bahia. “Tocava marchinha, samba, axé e até outros ritmos”. As roupas mais luxuosas deram lugar para as camisetas, bermudas e tênis. “Era quase o uniforme da época, mudava um pouco por causa dos blocos, mas no geral era bem esportivo e confortável”, afirma.
Mônica diz que a sua ligação com o Carnaval continuou quando estava grávida de três meses. “Meu marido precisou ir para Salvador a trabalho uma semana antes do Carnaval, eu o acompanhei na viagem e na semana seguinte fomos para brincar em um camarote”, lembra. Agora ela pretende voltar para lá e pular no chão mesmo. “Sempre amei Carnaval e gostaria que os clubes continuassem realizando essa festa tão legal e eclética. “Gostaria de relembrar os tempos de namoro com o João em um baile de Carnaval”, frisa.