No Brasil, a Capital do Vinho está na quarta colocação. A nota calculada pelo Índice Sintético Final do programa Previne Brasil é 8,6

O Conselho Municipal de Secretarias de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems) divulgou em 10 de fevereiro o ranking do Índice Sintético Final (ISF) do programa “Previne Brasil” do Ministério da Saúde. Nele, entre os municípios com mais de 100 mil habitantes do estado, Bento Gonçalves ocupa a primeira posição.

O ISF é calculado por meio da média dos indicadores do programa que financia ações na área da saúde, tendo como base o desempenho e a qualidade dos serviços oferecidos pelos municípios. Com nota 8,6, a Capital Nacional do Vinho está em 4º colocada a nível Brasil, considerando os municípios com mais de 100 mil habitantes. Os indicadores foram retirados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab).

Em nota, a secretária de Saúde, Tatiane Misturini Fiorio, afirma que a conquista aconteceu mesmo em meio a um momento delicado e de desafios na pandemia. Ela ainda destaca que o percentual divulgado demonstra o comprometimento dos trabalhadores com a atenção básica. “Este resultado é mérito da equipe comprometida, engajada e qualificada. Isso é demonstrado nos números que colocam Bento em um patamar de saúde muito alto. E isso nos alegra, e nos motiva a trabalhar cada vez mais para oferecer uma saúde de qualidade para população. Mesmo em uma situação difícil em um período de pandemia conseguimos realizar todo atendimento contra a covid e ampliamos o da atenção básica”, comemorou.

Em matéria divulgada pela assessoria de comunicação da prefeitura, o prefeito Diogo Siqueira celebrou a colocação. “Isso é resultado de um trabalho realizado para qualificar e melhorar cada vez mais o serviço oferecido ao nosso cidadão, a atenção básica é a prevenção, o cuidado com a população e temos equipes comprometidas e engajadas nesse trabalho. Estamos no caminho para tornar Bento a melhor saúde pública do país”, disse. Atualmente, o município conta com 16 equipes de Estratégia Saúde da Família.

O que dizem os usuários da Saúde de Bento?

A dona de casa Adriana Trindade afirma que tem poucas reclamações sobre o serviço prestado pela saúde pública de Bento Gonçalves. “Só tem alguns médicos que deveriam tratar melhor os pacientes, olhar direito para a pessoa, dar atenção no que ela está falando”, salienta.

De 0 a dez, Adriana dá nota nove para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Acho que na matéria de exames, consultas e agendamento está ótimo. O que eu realmente acredito que tem que melhorar mais, sendo bem sincera, é a UPA 24h, principalmente na área do atendimento. Por exemplo, as enfermeiras que ficam nos seus postos tomando cafezinho, mexendo no celular. Já vi gente passando mal, e algumas não prestando ajuda”, conta.

A professora da rede municipal, Elisangela Fontoura, utiliza o serviço de saúde para ela, as filhas e os pais. Segundo a docente, o atendimento nas unidades básicas é geralmente bom. “Mas a marcação de especialistas é demorada. A central de exames e consultas seguidamente ‘esquece’ de avisar e quando a gente vai até a unidade para pedir a informação, descobre que perdeu porque não retirou os papéis, mas não foi ligado, ou ligaram de um telefone que o aparelho do paciente reconhece como spam. Por exemplo, consultei em outubro, fiz ecografia dos rins, levei para o clínico avaliar, ele encaminhou para o urologista, e até agora não consegui marcar a consulta”, relata. Em contrapartida, o pai dela, que tem problemas de próstata, já teve todos os exames e duas consultas com o especialista neste mesmo período.

Para Elisangela, o que está bom nos serviços prestados pelo SUS são vacinação, exames laboratoriais mais rápidos e em vários locais diferentes para atender mais pessoas. Além disso, ela também ressalta os serviços de oncologia e fisioterapia mais acessíveis. A professora acredita, porém, que ainda há pontos para melhorar. “Agilidade nas marcações de cirurgias eletivas. Minha mãe, por exemplo, está com um abcesso no seio, já tem todos os exames pré-operatórios e laudo médico de ‘alta brevidade’ para retirar. Mas o município não autoriza a cirurgia”, frisa.

De 0 a dez, a servidora dá nota sete para a saúde pública municipal. “Os gestores da saúde deveriam utilizar os serviços públicos da saúde por um período para verem a realidade da comunidade que realmente usa os serviços. Sou professora da rede municipal, e temos casos de crianças que encaminhamos para as unidades básicas para atendimentos e estes nem chegam a acontecer. Fichas para atendimento odontológico são escassas e as pessoas ainda têm que ‘madrugar’ na fila para conseguir”, destaca.

Indicadores

O Previne Brasil avalia indicadores referentes a ações estratégicas de pré-natal, Saúde da Mulher, Saúde da Criança e doenças crônicas.
Bento teve desempenho positivo especialmente nos indicadores que monitoram a proporção de gestantes com ao menos seis consultas pré-natal realizadas, com realização de exames para sífilis e HIV, e de gestantes com atendimento odontológico realizado.
Os indicadores relativos ao percentual de diabéticos com solicitação de hemoglobina glicada também apresentaram resultados positivos.
O índice também mede a cobertura de vacinas como pólio, pentavalente e hipertensão.

Fonte: cosemsrs.org.br

O que é o Índice Sintético Final?

O ISF é a média dos percentuais individuais de cada um dos sete indicadores do programa Previne Brasil e serve de base para a avaliação, pelo Ministério da Saúde, do desempenho e da qualidade dos serviços oferecidos aos usuários, para fins de financiamento das ações de saúde.