Respeito?
Na última semana ANTES de entrarem em férias, nossos “mui leais e valorosos” vereadores se AUTOATRIBUIRAM um “AUMENTINHO” básico nos seus “miseráveis” salários. O “aumentinho” foi de “só” 13,6%, ou seja, seus salariozinhos aumentarão mais de UM SALÁRIO MÍNIMO POR MÊS. Isso mesmo, meu caro “cidadão bento-gonçalvense exemplar”, que trabalha QUARENTA E QUATRO HORAS por semana e ganha UM SALÁRIO MÍNIMO, eles, nossos autoproclamados “representantes do povo” se autoatribuiram um AUMENTO de valor maior do que você ganha POR MÊS. Esse é o respeito que “nossos representantes” têm pelos que os pagam.
Pobre Brasil!
Fizeram um deboche também em Manaus, onde vereadores tiveram a ousadia de aumentar o salário dos funcionários da câmara em 10%, além de aumentar o NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS POR VEREADOR de 30 (TRINTA) PARA 45 (QUARENTA E CINCO”. Ficaram satisfeitos? Não, claro que não! Então, também em “regime de urgência”, aumentaram suas VERBAS DE GABINETE, “teoricamente” destinadas a cobrir gastos com combustíveis, aluguel de veículos e internet, que era de inacreditáveis R$ 18.000,00, para R$ 33.000,00. Parou por aí? Não, claro que não!
E no resto do Brasil?
Os “representantes do povo” de Manaus abriram licitação de 32 milhões para construir novo prédio para a câmara para abrigar 51 vereadores, sendo que atualmente são 41. E pediram, também, que cada um tivesse direito a um veículo picape. Menos mal que vereadores da oposição conseguiram barrar essas “benesses” na justiça. Mas, os aumentos salariais e do “cotão” (45 mil reais por mês) ficarão com eles. O povo brasileiro, acomodado por natureza, que paga essas contas absurdas, deveria querer saber quanto custam os mais de CINQUENTA E SETE MIL apaniguados vereadores que habitam os 5.570 municípios.
Como era?
Pois saibam todos que Bento Gonçalves tinha VINTE E UM VEREADORES NÃO REMUNERADOS. Primo Consoli, José Pavan e José Ferronato, por exemplo, vinham de Monte Belo, Pinto Bandeira e Santa Tereza, então distritos, por estradas de chão batido, com SEUS PRÓPRIOS carros, às suas custas, no mínimo uma vez por semana (é, leitores, na década de 1970 também era apenas UMA sessão por semana), para cumprir seus deveres como vereadores. E a câmara tinha TRÊS – repito, TRÊS FUNCIONÁRIOS – e Bento Gonçalves não “quebrou” por isso, pelo contrário, cresceu muito.
Como deveria ser?
Não tenho dúvidas de que a maioria esmagadora da população aprovaria o retorno a vereança NÃO REMUNERADA. Escrevi aqui, várias vezes, a sugestão que me deram: os conselhos comunitários elegeriam entre seus membros UM representante para ser vereador. Com o verdadeiro exército de assessores e funcionários da câmara de vereadores – são 42 efetivos e 70 comissionados, 112 no total – NENHUM voluntário teria dificuldades para exercer o mandato, não é mesmo? Mas, isso NUNCA irá ocorrer por um motivo elementar: os deputados estaduais, federais e senadores teriam que criar LEI para isso e, portanto, perderiam seus CABOS ELEITORAIS favoritos.
Rafael Fantin, o “Dentinho”!
Dá para se ter esperanças em alguma melhora? Sim, dá! O vereador RAFAEL FANTIN, conhecido como “DENTINHO”, falou claro, alto e bom som, na Câmara de Vereadores, que IRÁ DOAR SEU AUMENTO DE SALÁRIO – Dentinho votou CONTRA O AUMENTO – para entidades assistenciais. O “aumentinho” é de R$ 1.263,25, pois passará de R$ 9.288,61 para R$ 10.551,86, mais de UM SALÁRIO MÍNIMO de aumento, portanto. Os demais vereadores não se manifestaram, pois 15 votaram a FAVOR. E o Dentinho já declarou, também, que está tomando medidas, questionando e LEGALIDADE e a MORALIDADE desses aumentos. Gravem bem esse nome: RAFAEL FANTIN, “O DENTINHO”. É de vereadores assim que Bento Gonçalves precisa., não?
Aumentos legais?
O artigo 29º da Constituição determina a fixação de salários para a legislatura seguinte aos AGENTES POLÍTICOS. Creio, pois, que os aumentos dados aos NÃO FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, ou seja, AGENTES POLÍTICOS, poderão ser anulados por ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade. O vereador Dentinho poderá agir, portanto. Mas, Dentinho poderá receber ajuda de entidades representativas e do Ministério Público, que poderá ser acionado. A população precisa saber se é, mesmo, obrigada a pagar tudo isso. E Sabendo que existem funcionários públicos ganhando valores irrisórios e que fazem, sim, jus a bem maiores aumentos. Da mesma forma que milhões de pessoas, cidadãs comuns.
Últimas
Primeira: Há quantos anos estamos ouvindo dizer que a área da prefeitura, localizada na rua Costa e Silva, logo após o Fórum e que servia de “campo municipal” para o futebol amador, seria utilizada para CONSTRUIR O CENTRO ADMINISTRATIVO MUNICIPAL?
Segunda: Pois é, mas eis que um projeto de lei passa pela Câmara de Vereadores e DOA aquela área valorizadíssima para o governo do Estado, para ali construir as delegacias de Bento Gonçalves. Como Bento tem área territorial “sobrando”, tudo bem, né?
Terceira: Enquanto isso, Bolsonaro aprova orçamento no Congresso, onde ele tem o “centrão” apoiando, concede aumentos substanciais de salários a DUAS categorias do funcionalismo. Como até os pardais da rua Marechal Deodoro sabiam, TODAS as demais categorias fizeram ou farão greves para conseguir idêntico aumento;
Quarta: E você, humilde mortal, que PENSAVA em se aposentar UM DIA, melhor checar as novas normas em vigor, aprovadas no governo Bolsonaro;
Quinta: As reduções nos valores dos combustíveis, algo em torno de 9,52% sobre o “preço de pauta” ocorreram a partir de 2ª feira. Só quando aumenta é antecipado, não?
Sexta: E 4ª feira abasteci com aditivada, em São Vendelino, último posto à esquerda da RS-122, por R$ 6,19, mas havia por R$ 5,99 em Novo Hamburgo. E em Bento? É só checar por aí;
Sétima: E os “comunistas”, que pretendem tomar o Brasil, continuam “saqueando” os lixos e lixões para tentar encontrar COMIDA. Querem comer para ficarem “fortes” e “dominar o Brasil”, certamente;
Oitava: Não duvidem que esses “comunistas” comecem a exigir que o FUNDÃO ELEITORAL e as EMENDAS SECRETAS sejam “desviadas” para a compra de comida pra eles;
Nona: E os tachões PROIBIDOS pela legislação continuam, solenemente, colocados em seus locais. Continuarão assim, prezadas “autoridades”? Ou cumprirão as leis de trânsito também?