O ano de 2015 marcou o recorde do número de transplantes de órgãos no Rio Grande do Sul. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 27 de janeiro, pela Secretaria da Saúde (SES) em coletiva para a imprensa. No ano passado, o Estado registrou 2.274 procedimentos, um aumento de quase 10% em relação a 2014. O secretário da Saúde, João Gabbardo dos Reis, explica os motivos. “Um dos motivos para desempenho recorde pode ser atribuído à queda no percentual de negativas familiares, que entre as causas das não doações, caiu de 44 para 40%”, relata.
O secretário reforçou a importância da conscientização por parte das famílias, uma vez que a única forma para autorizar uma doação é com o consentimento dos parentes. “A redução das negativas revela o impacto das campanhas, que incentivam as pessoas a tratarem o tema em casa, e da nossa atenção em qualificar as equipes que fazem o contato com as famílias”, frisou.
Os dados mostraram ainda que 40% dos casos de mortes encefálicas não reverteram em transplantes por falta de autorização da família. Pelo mesmo motivo, não ocorreram doações devido a paradas cardiorespiratórias (19%) e por outras situações em menor escala.
Nova política de dispensação de medicamentos
Na entrevista, o secretário Gabbardo apresentou a nova política de dispensação de medicamentos para transplantados, como os imunodepressores. A proposta é descentralizar a dispensação dos medicamentos, evitando a ida dos pacientes à Farmácia do Estado. A partir da implantação da nova política, os transplantados passarão a fazer a retirada dos itens nos hospitais onde fizeram o transplante.
A nova modalidade se dará por meio de adesão dos hospitais a essa nova política. A SES fará a entrega dos medicamentos (adquiridos em sua maioria pelo Ministério da Saúde) com uma antecedência de três meses para que as unidades possam fazer a distribuição aos pacientes. Isso passa a ocorrer, desde que acertada a parceria com a entidade, em todos os hospitais que fazem transplantes no estado, distribuídos por Porto Alegre, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas e Santa Maria.
Nível de excelência
O coordenador da Central de Transplantes da secretaria, Cristiano Franke, destacou as ações de capacitação junto aos profissionais. “As equipes fazem contato com a família, fornecendo todas as informações sobre o processo, explicando e tirando dúvidas”, relata. “Ao todo, são mais de mil profissionais que atuam na área no RS. Cada transplante, pode envolver mais de 100 pessoas e deslocamentos de carro e até avião”, concluiu.
O presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) e coordenador do Colegiado dos Programas de Transplantes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Roberto Manfro, também frisou a excelência do Rio Grande do Sul na área. “Estamos em um patamar igual ou até melhor do que os principais países e é um desafio nosso manter esse nível”, afirmou.
Informações do Governo do Estado.