Bombeiros e meteorologista alertam para cuidados que podem evitar situações trágicas
Neste mês de dezembro já foram alguns incidentes de incêndio registrados em Bento Gonçalves. Em menos de uma semana, foram quatro residências completamente destruídas pelas chamas, em dois casos diferentes que aconteceram no bairro Eucaliptos. Famílias perderam seus lares, móveis e outros bens, e tiveram que recomeçar do zero.
O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS), com sede na Capital do Vinho, informa que, até oito de dezembro, foram registrados 51 incêndios em residências na cidade. Enquanto isso, em 2020 foram 46 casos e, em 2019, 37. Isso representa uma porcentagem de 10,8% maior neste último ano em relação ao passado. Apesar desse número, a maior quantidade de focos de chamas aconteceu ano passado, em que no total foram 1.444 ocorrências de sinistro. Até agora, o município teve 1.375 registros no total.
Alertas e precauções dentro de casa
O CBMRS alerta as pessoas para que tomem alguns cuidados para evitar que incêndios ocorram. Segundo informa a instituição, a causa mais provável para início de chamas é a eletricidade, geralmente por mal uso de equipamentos e improvisos na rede elétrica. “Orientamos para que seja feita uma manutenção periódica, executada por profissional devidamente habilitado, evitando ainda o uso de forma permanente de benjamins (T), acumulando equipamentos elétricos em uma única tomada”, orienta.
A segunda possibilidade mais comum é a de descuido humano com algum objeto que é fonte de ignição, como vela, fogões, lareiras, chaminés, entre outros. “Outro cuidado importante é com o gás de cozinha (GLP), que deve seguir as normas específicas, lembrando que a mangueira e a válvula têm validade de 5 anos, que está descrito no equipamento, pois o GLP está entre uma das causas prováveis de incêndio”, alerta.
Condição meteorológica
Enquanto há os perigos nos descuidos dentro dos lares, plantações e áreas abertas também sofrem riscos, ainda mais com a condição climática atual. A meteorologista, Ludmila Pochmann, destaca que os índices de chuva estão abaixo do esperado desde o mês passado. “Neste ano de 2021, a precipitação para novembro foi realmente muito abaixo das normais climatológicas. O esperado era que chovesse 140 milímetros e choveu 100 a menos.”, observa.
As condições para dezembro seguem no mesmo clima de maior seca, segundo a profissional. “A situação não deve melhorar nos próximos dias, afinal, já estamos no meio de dezembro e a chuva registrada até agora não chega a 5 milímetros, uma calamidade, pois em condições normais já deveria ter chovido pelo menos uns 50 milímetros este mês”, alarma.
Essa falta de precipitação de chuva mantém o solo seco, fazendo com que indício de incêndios sejam mais convenientes. “O normal é umidade relativa acima de 70% e, por diversos dias em novembro, os registros chegaram a ser de apenas 20% de umidade disponível no ar da região. Dezembro melhorou um pouco, mas mesmo assim, chegamos a dias com apenas 30%”, explica.
Cuidados no campo
A chuva, umidade baixa do ar e ventos são condições atmosféricas que favorecem o alastramento de chamas tanto no campo quanto em residências. Neste final de semana, um morador do interior de Bento teve suas parreiras afetadas por um incêndio que ainda não foi explicado, foram mais de 1,2 hectare de terra queimada. Mais de 30 mil quilos de uvas afetadas e o foco de tudo pode ter sido um objeto pequeno de ignição.
Ludmila explica que até mesmo uma bituca de cigarro poderia causar um sinistro de grandes proporções nas atuais condições climáticas. “Os fumantes devem sempre se preocupar se estão descartando seus cigarros apagados. Ou então, respeitar o meio ambiente e nunca jogar bitucas no chão ou na natureza. Além de poluir, não sendo uma matéria biodegradável, ainda entopem boeiros e córregos, causando prejuízos em caso de possíveis enchentes e matam fauna e flora”, pontua.
Ação dos bombeiros
Quando a situação de incêndio já está instaurada, o CBMRS desloca-se o mais rápido possível até o local, focando em conter o fogo para que, justamente, não se alastre e acabe atingido outros imóveis ou terras. “Nosso trabalho de combate ao incêndio consiste em deslocamento o mais rápido possível e com o maior número de recursos disponíveis, pois o tempo resposta em dar início ao controle das chamas é muito importante”, destaca.
A instituição frisa que as viaturas de combate ao incêndio são caminhões de grande porte, pois há a necessidade de carregar bastante água, já que muitos lugares não possuem hidrante, e por conta disso pode haver dificuldades em se aproximar da zona em chamas.
Cuidados com os animais
Para aqueles que possuem animais de estimação em casa, a instituição dá algumas dicas:
•Manter seu animal de estimação com identificação;
•Se possível, possuir uma caixa transportadora em local de fácil acesso para evacuação do local sinistrado com seu animalzinho;
•Ter em local visível da residência a indicação de que ali existe um animal de estimação, e seu nível de agressividade, para alertar as equipes de resgate;
•Indicação do cômodo da residência, onde o animalzinho costuma ficar ou se esconder.
Em caso de emergências, como um incêndio, o número dos bombeiros é o 193.