Evento foi marcado pela apresentação musical dos alunos da EMTI São Roque, além de depoimentos de representantes das escolas do município e da coordenação do Programa de Pacificação Restaurativa local

Na manhã desta sexta-feira, 5 de novembro, o Programa de Pacificação Restaurativa de Bento Gonçalves, que promove os chamados Círculos de Paz, realizou o 1º Encontro Restaurativo do município. O evento teve como objetivo divulgar dados das atividades desde abril, quando as escolas começaram a retornar após a pandemia, até o fim de outubro.

Segundo a coordenadora Central da Comunidade, Vanise Marconi, e a coordenadora da Central da Pacificação Restaurativa da Infância e Juventude, Marlisete Alessi, esse trabalho, coordenado pelas duas, existe desde 2015 e a cada ano se fortalece mais. “Foi um ano atípico, mas rendeu muitos frutos. As escolas vão apresentar resultados, temos uma escola piloto que, futuramente, vai ser restaurativa. Para nós vai ser muito importante”, explicam.

Alunos da Escola Municipal de Tempo Integral São Roque, que é o educandário que está em período experimental para tornar-se restaurativo, fizeram uma apresentação musical, sucedida pelo depoimento da diretora Andreza Peruzzo. “É com muito amor no coração que hoje venho dividir com vocês o projeto Florescer a Paz Harmonizar para Conviver e Aprender, que acontece na nossa escola. Envolve mais de 50 profissionais da educação, aproximadamente 300 alunos e suas famílias. O objetivo deste projeto é construir uma cultura de paz. Nós entendemos, na nossa escola, que para conviver harmoniosamente, para aprender é preciso acolher, dialogar”, relatou.

No dia 4 de dezembro será a culminância da proposta na EMTI São Roque, quando será apresentado à comunidade escolar todas as atividades realizadas em 2021. “Nossa escola está aberta para quem quiser conhecer e saber mais sobre o projeto, cujas práticas escolares são constantes. É um projeto de gestão, criado a muitas mãos, e as meninas Vanise e Marlisete, nos dão o suporte necessário para a realização do projeto”, valorizou Andreza.

Nos outros anos, foram trazidos alguns palestrantes e o evento era mais para o público regional. Em 2021, porém, o público é municipal. “Foram apresentações dos alunos, falas de direções, nossa fala de apresentação de dados. O tema é a justiça restaurativa, a gente queria mostrar o quanto essa metodologia diminuiu a violência escolar e que é importante o papel da direção da escola em relação a esse olhar restaurativo com o aluno. Temos sempre que lembrar que nós trabalhamos com a prevenção. Isso, para nós, é o nosso carro chefe”, destacam Vanise e Marlisete.

A diretora da Escola Municipal de Educação Infantil Mamãe Coruja, Eridiane Aparecida Guterres de Souza, representando todas as escolas infantis do município, relatou uma fração do trabalho que está sendo desenvolvidos nos educandários, fundamentando os valores da cultura de paz. “Eu, enquanto diretora, e acredito que todas falariam a mesma coisa, muitas vezes solicitamos e buscamos auxílio. Sempre fomos ouvidas e tivemos retorno. Não teve dia ou hora que não fomos atendidas e isso, para nós, é de um reconhecimento e uma valorização muito grande. Na escola, 99% dos problemas com alunos infrequentes foram resolvidos, porque fazemos um trabalho em grupo. É uma rede, uma equipe. Se eu não tivesse o apoio da Secretaria e do trabalho que eles fazem com tanta grandiosidade, nada disso estaria acontecendo. Para trabalhar com educação é preciso ter coração, empatia e amor. É preciso se colocar no lugar da criança, da direção, da família. Aí entra o trabalho em conjunto, que rende bons resultados”, salientou.

Onde ocorrem os círculos de paz?

Além de realizar os círculos pela Central, em uma sala cedida na Promotoria Pública, os professores e funcionários que têm formação e são facilitadores dos círculos de construção de paz também realizam esses momentos nas escolas. “Dessa forma, a gente quer mostrar o quanto isso tem avançado e nós estamos, também, com um projeto para 2022 de dar mais formações. Provavelmente, vamos dar formação para a patrulha escolar, a gente quer oferecer na Saúde, na Segurança, que pode ser trabalhado no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), e nas Unidades Básicas de Saúde. Dá para a gente trabalhar de forma bem ampla. Só que para fazer esse trabalho precisa ter feito esse curso de 20 horas com a nossa supervisão e acompanhamento e com certificação vinda do município”, explicam Marlisete e Vanise.