Projeto da prefeitura de Bento Gonçalves visa somar segurança para a população através de tecnologia e informação
Em muitos municípios do Estado, os índices criminais de alguns delitos estão aumentando. Por vezes, uma pessoa pode se sentir insegura ao sair nas ruas, sabendo que poderá ser alvo de um furto, roubo, entre outros casos, enquanto está fora de casa. Em certas situações, até o patrimônio pessoal, como comércios ou residências, podem ser alvos de criminosos.
Pensando nessas situações, a prefeitura de Bento Gonçalves, através da Secretaria Municipal de Segurança (SEMSEG), está investindo em um projeto que trará olhos extras para a vigilância da cidade. O “Sentinela da Serra” busca melhorar e aumentar o número de câmeras pela Capital do Vinho, proporcionando uma visão estratégica contra os delinquentes que cometerem ou que já cometeram crimes.
Funcionamento do Sentinela da Serra
O secretário de segurança, Paulo César de Carvalho, explica que esse projeto, que está sendo desenvolvido em parceria com a Coordenadoria de Tecnologias de Informação e Comunicação (CTEC), foi abraçado pelo governo de Diogo Siqueira, atual prefeito. “Estamos aliando a tecnologia ao trabalho realizado pelas nossas equipes. Tanto o projeto Sentinela como o GPS Rural vão representar um avanço na segurança e seguiremos trabalhando para uma cidade cada vez mais segura para todos”, diz o prefeito.
O planejamento está dividido em algumas fases, que já estão em andamento, e visam ampliar e melhorar o monitoramento e cercamento eletrônico de Bento.
Atualmente já há 64 câmeras espalhadas pela cidade, que ajudam na observação de pontos estratégicos. Elas foram colocadas em 2017, juntamente com a construção do Centro Integrado de Operações (CIOp), mas estão começando a ter parte de sua tecnologia ultrapassada.
Por conta disso, essa nova medida busca duplicar a quantidade de câmeras, a curto prazo, bem como a aquisição de mais softwares de leituras de placas e de face. Além disso, haverá licitação com empresa para melhoria do sistema e manutenção dos pontos. Durante a administração do prefeito, haverá atualizações anuais de mais aquisições.
A colocação de novos pontos já foi mapeada seguindo um planejamento em cima dos locais com maior incidência criminal ou vulnerabilidade. “A gente mapeou, junto com o Grupo de Gestão Integrada Municipal (GGIM) daqui de Bento Gonçalves, através do setor de inteligência, tanto da Brigada como da Polícia, pontos na cidade que precisam de um monitoramento mais aprimorado”, explica Carvalho.
O destaque do projeto fica por conta do cercamento eletrônico que manterá todas as entradas e saídas de Bento em constante vigilância, para que nenhum carro ou pessoa que tenha algo incorreto, como um veículo roubado, ou uma pessoa foragida, possam entrar no município sem os órgãos de segurança saberem. “Não vai ter como entrar um veículo furtado ou roubado dentro de Bento Gonçalves sem passar nesses pontos estudados por órgãos de inteligência”, destaca.
Tudo será possível com a infraestrutura tecnológica que a cidade já possui, aliado as novas medidas para investir e ampliar a parte técnica do processo.
Em que fase está o projeto?
A primeira fase do “Sentinela da Serra” busca restaurar a qualidade dos equipamentos de monitoramento já colocados. Atualmente o projeto está com licitação aberta para empresas que desejam fazer o serviço de manutenção preventiva e restaurativa das câmeras já instaladas no município. O secretário de administração e diretor da CTEC, Matheus Barbosa, destaca que deixar o equipamento sempre operacional em plenas condições é a maior dificuldade de qualquer cidade.
Até mesmo a capital, Porto Alegre, encontra problemas nesse setor do serviço. Por conta disso, o primeiro passo do projeto é arrumar uma empresa que lide somente com isso. “Sempre que uma câmera estraga, hoje, é um problema porque são equipamentos muito específicos e encontrar assistência técnica para elas nem sempre é coisa fácil”, esclarece.
A empresa que ganhar essa resolução e começar a trabalhar, terá prazos curtos para resolver as situações. Barbosa explica que dependendo da câmera, o tempo para conserto poderá ser de duas horas. Caso o equipamento precise ser levado, outra deve ser colocada no lugar. “O foco é não perder a imagem daquele ponto”, diz.
Ele explica que, atualmente, não há algo semelhante a isso no estado e que foi necessário criar todas essas situações e relações do zero. Já há duas empresas interessadas, realizando uma disputa de preços, o que beneficia o governo que passará a economizar. Até dezembro a situação poderá estar oficializada e os serviços poderão iniciar.
O próximo passo
Após ter uma empresa licitada para os serviços, o próximo passo é a criação de uma nova licitação, que já está sendo feita, para a compra das novas câmeras. A duplicação de equipamentos está programada para acontecer em curto prazo, logo após a conclusão da primeira fase, no fim deste ano.
A empresa licitada no primeiro momento fará com que os aparelhamentos recém chegados recebam uma atenção especializada, melhorando o software e seu rendimento técnico de inteligência.
Os novos equipamentos serão melhores, trazendo mais resolução para as imagens, o que possibilita maior rastreamento de veículos e pessoas. Até mesmo placas de carro alteradas com fita isolante podem ser descritas como incorretas pelo sistema.
Benefícios para Bento
O monitoramento e cercamento eletrônico beneficia a segurança da cidade, pois serve de auxílio para que a Brigada Militar possa realizar um policiamento preventivo, assim como a Polícia Civil ganha mais uma ferramenta para investigações. Todos os órgãos de segurança serão informados de alguma incoerência e caso não sejam, a visão posterior do fato vai facilitar encontrar o delinquente.
A detecção através da tecnologia do sistema será preciso e poderá mapear rotas e locais de veículos e pessoas em observação. Se um carro foi utilizado para cometer um crime, a polícia poderá usar uma câmera para se informar da placa, modelo, cor, entre outros aspectos. A partir disso, com a colocação de demais pontos, todos os locais da cidade onde esse automóvel passar será registrado, formando um mapa de onde ele passou e para onde foi.
O mesmo deverá acontecer com criminosos que poderão ter seus rostos identificados e checados com o banco de dados do estado. Todos os passos dele serão rastreados. Caso o indivíduo use máscara ou meios de esconder o rosto, o software do sistema é capaz de buscar uma pessoa pela cidade através das roupas que ela está vestindo, também mapeando todas nessas características e onde passaram.
Todas essas imagens poderão ser utilizadas para gerar inquéritos, pois identificam suspeitos de delitos, através de provas geradas pelos pontos da cidade. “Provavelmente todos os crimes, ou situações que ocorrerem, a Polícia Civil vai ter imagens para resolver”, fala Carvalho.
Toda ideia do “Sentinela da Serra” está embasada em trazer maior segurança para as pessoas em Bento. Elas poderão transitar pela cidade sabendo que a probabilidade de algo ocorrer é muito menor, pois os criminosos estarão coagidos, e, caso aconteça, o crime será resolvido de maneira mais rápida. “Qual o resultado imediato disso? O cara que vai cometer um crime vai saber que vai cair no sistema. Nossa ideia é isso, dizer que Bento Gonçalves não é uma cidade que vale a pena cometer um delito”, pontua.