Fazer o quê?

Talvez não haja nenhum país do mundo que tenha tantas leis como o Brasil. Mas, certamente, há poucos países que tenham tantas leis transformadas em “letras mortas”. E essas leis existem porque seus autores as fizeram e obtiveram aprovação objetivando dividendos políticos, sem preocupação com os resultados dela advindos junto à população. Porém, como diz o velho ditado de língua espanhola: “Hay uma ley, hay uma trampa”. E isto tem sido a máxima que vigora no Brasil. Incrível a capacidade de muitos brasileiros em burlar as leis. Há, inclusive, quem se dedique exclusivamente a isso.

Fiscalizar, apenas?

Mas, o porquê dessas burlas é elementar: falta de fiscalização adequada. Todavia, é humanamente impossível existir fiscais e fiscalização para fazer com que as leis sejam cumpridas à risca. Não há como se colocar um policial em cada esquina ou um fiscal em todos os locais onde as leis são violadas. Existem autoridades em todo o mundo, certamente, mas o problema não é a fiscalização, é a parte da população que não cumpre os protocolos de relacionamento humano e outros que regem nossa convivência em todos os sentidos. O ser humano, via de regra, desrespeita até a si.

Ilegalidades

Tenho citado nas últimas colunas as ilegalidades que são cometidas justamente por aqueles que deveriam ser os primeiros a mostram obediência às leis. Referi aos absurdos cometidos com os quebra-molas e tachões que aplicam, na sua esmagadora maioria, de forma contrária ao que preceitua a legislação específica. E, como seria lícito esperar, leitores me questionaram sobre “o quê fazer” para que as normas sejam obedecidas. Como comentei acima, não há fiscalização suficiente para checar o cumprimento de todas as leis. Mas, há, sim, como acionar. O ministério público deve ser provocado para inquirir as chamadas “autoridades competentes”. É isso mesmo, Arnaldo, diria o Galvão Bueno.

E o Plano Viário?

Todos sabem que Bento Gonçalves cresceu, geometricamente, sob todos os aspectos, notadamente no número de veículos em circulação e na quantidade de prédios erguidos no centro a cidade e arredores. Talvez os “estudos de impactos ambientais” e “estudos de polos geradores de trânsito” não tenham sido adequadamente analisados. O que se percebe no trânsito, atualmente, é a carência de um PLANO VIÁRIO que, pelo menos, minimize os problemas cruciais que temos. Há décadas estou falando sobre o assunto, mas entra prefeito, sai prefeito e nada do Plano Viário ser elaborado. Vamos sentar para esperar ou alguém o cobrará? A Câmara de Vereadores, talvez?

Nem assim?

O mundo todo convive, há mais de dois anos, com uma pandemia letal. Já houve algo semelhante no século passado que matou milhões de pessoas. Mas, na época, a ciência não dispunha dos recursos que tem atualmente. E o reflexo foi a rapidez com que várias vacinas foram criadas, possibilitando que milhões tivessem suas vidas poupadas. Porém, o que se tem constatado? Que existem recalcitrantes que não acreditam nas vacinas e, por isso, dificultam o combate à pandemia. As redes sociais repercutem teses e teorias mirabolantes, sem o menor indício que comprove, noticias absolutamente falsas, não raro de cunho político-partidário. Nem a morte de familiares ou pessoas próximas as convencem. Assim caminha a humanidade!

Agora vai?

Pois é, justamente no momento em que há redução no número de casos e de óbitos provocados pela covid-19, obviamente motivado pela amplitude no número de vacinados – e isso é FATO – o que se vê? Aglomerações irresponsáveis nas quais os elementares protocolos divulgados pelos responsáveis pela saúde indicam são desrespeitados solenemente. Basta ver a abertura os estádios de futebol. Todas as recomendações são ignoradas e as câmeras de TV mostram claramente isso. Qual será o resultado? Será o recrudescimento de casos como indicam as secretarias da saúde e o ministério da saúde? É esperar para ver!

Oremos, irmãos!

Quem faz as compras nos mercados habitualmente deve estar chocado com o que está constatando. O aumento os preços rompem todos os limites da realidade e do bom senso. É sabido que o salário médio e os ganhos dos que trabalham por conta própria estão comprimidos a valores extremamente reduzidos. Energia elétrica, água, comunicações, combustíveis e gás têm subido a patamares inimagináveis. A subida da taxa de juros SELIC resolverá isso e a inflação? O que nos espera em 2022, ano eleitoral? Só Jesus Cristo pode responder!

Últimas

Primeira: E o Plano de Mobilidade Urbana, cujo prazo foi alterado pela lei 14.000, de 19/05/2020 para 2023, já está sendo pensado, programado?

Segunda: Há, também, o problema do tratamento de esgotos de Bento Gonçalves, processo iniciado no governo de Roberto Lunelli, que até hoje não foi concluído. Não estaremos protelando demasiadamente as nossas soluções?

Terceira: E os casos do FÓRUM DE POLÍTICAS PÚBLICAS, bem como do CONPLAN e dos CONSELHOS DISTRITAIS não merecem uma maior divulgação para que a população saiba de suas existências e o que podem fazer por ela?

Quarta: Há mais coisas que a população tem direito de saber, sem a necessidade de acessar o portal da prefeitura na internet, já que boa parte não sabe como fazer para ver os números da arrecadação da taxa de iluminação pública e da taxa de serviços urbanos;

Quinta: Se fala tanto em “TRANSPARÊNCIA”, mas por que não são divulgados, mensalmente, os valores arrecadados e pagos pela prefeitura, sem que se tenha que os procurar? Que tal, senhores vereadores? A população agradeceria!

Sexta: Quanto tempo, ainda, demorará para que TODOS os países do mundo se conscientizem dos sérios problemas climáticos que assolam muitos deles e ameaçam outros tantos?

Sétima: Em Bento Gonçalves temos uma entidade que se preocupa muito como o meio ambiente e luta com dificuldades para sobreviver. Falo da Associação Ativista Ecológica – AAECO;

Oitava: É inacreditável que um trabalho hercúleo como o da AAECO não tenha a toda colaboração de TODA a comunidade e da Municipalidade. A recepção pela AAECO do lixo eletrônico e agora da chamada “linha branca” para envio à reciclagem adequada é um dos grandes trabalhos da entidade;

Nona: Descartar o lixo que cada um gera é OBRIGAÇÃO e a AAECO auxilia nisso. Leve a ela seu lixo eletrônico (aparelhos que não usa mais) e da linha branca que eles terão o destino certo. Fica na rua Livramento, 48. Faça a sua parte;

Décima: A liminar para que eu possa falar em futebol sem me incriminar foi negada. Talvez na semana que vem dê para falar.