Além de sua importância econômica, as casas de pasto tinham sua importância social, porque era nestes refúgios que se estabelecia um intercâmbio interessante de notícias, fatos e notícias que aconteciam por esta Linha. Destas casas, com facilidade, espalhavam-se notícias de alguma pessoa enferma, de um casamento prestes a acontecer, de uma criança que veio a luz, de bons e maus negócios, de um namoro mal sucedido, enfim, de coisas que eram ditas e levadas entre outros.
Além de várias sapatarias, açougues, fábricas de queijos e salames, alambiques, cantinas de vinho, existiam numerosos profissionais ambulantes, que passavam pelas casas para prestarem serviço, como: carpinteiros, sapateiros, consertadores de fogões e chaminés e o serviço de fretes com suas carroças.
Não era somente este aspecto econômico que atraía a atenção, mas numerosas comunidades muito bem organizadas que surgiram ao redor de suas capelas, construídas com muita fé e amor. Na maioria das 10 capelas ao longo da Linha Palmeiro, foram fundadas sociedades, com seus Estatutos devidamente definidos e estabelecidos pela Assembleia dos próprios moradores de cada capela. Esta preocupação de se reunirem e de se auxiliarem mutuamente chegou a tal ponto que em 1914, foi fundada “LA SOCIETA DI MUTUO SOCORSO ENRICO MILLO”.
Poderia, com o decorrer dos anos, surgir um grande eixo industrial e comercial ao longo desta estrada carroçável entre Caxias e Bento, não fosse a iniciativa do Governo Estadual de construir a estrada de ferro entre Porto Alegre e Caxias do Sul, em 1910, passando por Carlos Barbosa e Farroupilha, com ramificação para Garibaldi e Bento Gonçalves. Com isto, todo o movimento comercial entre as duas importantes cidades, Bento e Caxias, passou a ser feito através da nova ferrovia e da estrada carroçável ao longo da mesma ferrovia, passando por Forqueta e Desvio Rizzo.
Com a introdução do transporte motorizado, caminhões e ônibus, o fluxo populacional entre estas cidades aumentou consideravelmente.
Desta maneira, a Linha Palmeiro foi perdendo importância e entrou em franca decadência: desapareceram seus armazéns de 1ª classe, fretes de carroças e de casas de pasto.
Atualmente, nos lotes da Linha Palmeiro, já bastante retalhados e divididos em vários proprietários diferentes, está presente o desenvolvimento contemporâneo em todos os aspectos em grande destaque.