O leite materno é a melhor fonte de nutrição para bebês e a forma de proteção mais econômica e eficiente para diminuir as taxas de mortalidade infantil, sendo capaz de reduzir em até 13% os índices de mortes de crianças menores de cinco anos. Para informar a população sobre a importância do aleitamento materno e incentivar mulheres, o mês de agosto, conhecido pela cor dourado, é dedicado ao aleitamento.

Amamentar sempre esteve nos planos da professora Bruna Lira da Fonseca. O sonho de ser mãe se realizou há três meses, com a chegada do pequeno Miguel. “Acredito que é o que eles precisam para crescerem de forma mais saudável. Além de ser um ato de amor, a amamentação reforça os laços entre nós. O cheirinho do leite, o sorriso com leitinho escorrendo no canto da boca, tudo isso não tem preço”, relata.

Assim como muitas mães, ela percebeu as dificuldades para oferecer ao bebê um dos alimentos mais completos. “No início não foi fácil para mim, teve choro, dor e muita luta, mas vencemos. Ele mamava de hora em hora, dizem que os meninos são mais gulosos, tinha cólicas e só acalmava no peito. Precisamos manter a calma, no seu tempo as coisas acontecem. Hoje, amamento em livre demanda, sem dor e principalmente com muito amor. Me sinto orgulhosa em poder amamentar meu filho”, comemora.

Depois de mamar, é hora do soninho do Miguel. Foto: Franciele Zanon

A pediatra Letícia Bortolini Loch enfatiza que as vantagens da amamentação são inúmeras e que começam logo após o nascimento. “O aleitamento materno iniciado ainda na primeira hora de vida é importante tanto para o bebê quanto para a mãe, pois auxilia nas contrações uterinas, diminuindo o risco de hemorragia materna e fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho. A criança amamentada ao seio estará protegida contra alergias e infecções, fortalecendo-se com os anticorpos da mãe e evitando problemas como diarreias, pneumonias, otites e meningites. Além disso, favorece o desenvolvimento dos ossos e fortalece os músculos da face, facilitando o desenvolvimento da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na dentição”, ressalta.

O leite humano é mais do que um alimento, é capaz de suprir todas as carências nutricionais. “Ele fornece anticorpos, hormônios e micróbios benéficos ao intestino infantil – importantes componentes ativos do leite –, que contribuem para a formação da flora intestinal do bebê. Somente ele protege os bebês contra doenças crônicas no futuro, como diabetes, obesidade, hipertensão arterial, patologias do coração e até diminuir a chance de desenvolver alguns tipos de câncer, como leucemias”, reitera.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês recebam o leite materno de forma exclusiva durante os primeiros seis meses de vida e, como complemento alimentar, até pelo menos dois anos. “Isso significa que até essa idade os bebês não precisam de mais nada, nem água ou chá, muito menos de outros leites. Após esse período, a criança deve começar a receber outros alimentos saudáveis”, destaca a médica.

Mitos e verdades pela pediatra Letícia

LEITE FRACO —> MITO
Não existe leite fraco. Toda a mulher produz o leite adequado para filho.

SE ESTIVER MUITO CALOR PRECISO DAR ÁGUA —-> MITO
Se seu bebê tem menos de seis meses e está em aleitamento exclusivo não precisa oferecer água, pois o leite materno é completo e tem água suficiente para saciar a sede dele. Mesmo nos dias quentes não é preciso, basta amamentar com maior frequência e a hidratação está garantida.

O BEBÊ PRECISA EVACUAR TODOS OS DIAS —> MITO
Nos primeiros meses de vida, o bebê que só mama no peito pode evacuar fezes amolecidas a cada mamada, como ficar até sete dias sem evacuar.

QUANTO MAIS O BEBÊ MAMAR, MAIS LEITE A MÃE PRODUZIRÁ —> VERDADE
A sucção adequada e regular do bebê é muito importante, porque o leite é produzido a partir dessa demanda.

REDE DE APOIO É FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO DO ALEITAMENTO —> VERDADE
Chamamos de rede de apoio o conjunto de pessoas, grupos e instituições que apoiam a mulher durante a amamentação, de diversas maneiras: dando atenção e carinho, dividindo as tarefas domésticas, participando do cuidado das outras crianças, cuidando de sua saúde, apoiando-a física e emocionalmente durante as dificuldades; incentivando a amamentação quando da volta ao trabalho após a licença-maternidade, oferecendo um local adequado para ela amamentar e/ou retirar o seu leite no trabalho. Portanto, a rede de apoio é essencial para fortalecer vínculos e prolongar o período da amamentação.