Moradores do bairro Cidade Alta estão incomodados com uma situação que acontece há anos. Na rua Gilberto Tim há um terreno aberto, local em que a maioria dos vizinhos descarta o próprio lixo. Como não havia uma lixeira no espaço e as sacolas eram jogadas no chão, um morador decidiu por a mão na massa e construir uma lixeira pública no local.
Uma das pessoas que vivencia o problema é a representante comercial Marta Alvares, 64 anos, moradora há 40 anos no bairro. Ela relata que há muitos prédios por perto e que as pessoas descartam o lixo no terreno, gerando problemas maiores. “Os cachorros e os catadores abrem as embalagens e fica tudo espalhado”, queixa-se.
De acordo com Marta, os residentes dos edifícios dos arredores têm apenas uma lixeira, sendo insuficiente para comportar tudo que precisa ser descartado. “Eles até tem um container na frente do prédio, mas é só um e olha quantos prédios tem ali”, observa.
Outro antigo morador, o relações internacionais André Copetti, 57 anos, afirma que algumas pessoas descartam inclusive resíduos sólidos de construção civil no local. “Tem telha, cimento, resto de ferragens”, afirma.
Cansado da situação, Copetti relata que entrou em contato com o poder público inúmeras vezes, porém, sem sucesso. “Liguei várias vezes, tenho eles até no WhatsApp, mas dizem sempre a mesma coisa, argumentam que não tem área física para colocar (um container ou lixeira), mas como não tem? Cada vez dão um argumento diferente. O vizinho que mora logo abaixo também pediu, intercedeu através da Câmara de Vereadores, dizem que vão verificar, mas não acontece nada”, lamenta.
Copetti afirma que nas diversas tentativas de sanar o problema, os moradores já apresentaram ideias e soluções, mas não adiantou. “Já fizemos sugestões de todas as hipóteses possíveis e eles sempre dizem que não tem lugar ou que o terreno é da América Latina Logística (ALL), mas o espaço é público, o mosquito de lá vem para cá, o rato também”, afirma.
Outra queixa é quanto a dificuldade de comunicação. “Ligo para o departamento de limpeza urbana aí eles dizem que tenho que ligar para o Ipurb. Ligo para lá, eles falam que tenho que ligar para a secretaria de meio ambiente. É assim, um joga para o outro e ninguém faz nada”, assegura.
Para amenizar o transtorno, Adailton Alvares, 66 anos, resolveu solucionar o problema por conta própria. Para isso, criou uma lixeira para uso comum no ambiente, há cerca de um mês. “Comprei as ferragens, coloquei minhas ferramentas na garagem e consegui montar ela. Melhorou bastante, pelo menos não tem mais lixo espalhado pelo chão”, afirma.
Lixo no chão não é recolhido
Marta alega que quando o lixo está revirado, não é recolhido do local. “Só juntavam o que está na sacolinha. Então, eu até mandava a minha faxineira recolher, ela colocava luvas e com um saco de lixo recolhia tudo”, conta.
Também para amenizar a situação, Marta tomou a iniciativa de dialogar com o responsável pela limpeza da rua. “Conversei com o varredor de rua, um senhor que passa de manhã e perguntei se ele poderia juntar o lixo dos dois lados, porque ele só juntava do lado de lá, agora ele está varrendo do lado de cá também”, conta.
Além disso, Marta também pediu para que ele também faça o recolhimento do lixo que fica espalhado pelo chão. “Porque ainda tem muito, as pessoas jogam, esses dias tinha um monte de casca de bergamota. Então, pedi para ele recolher o lixo que não está dentro da lixeira, as sacolinhas que os moradores ainda jogam. Tenho observado e ele tem feito. Até prometi dar roupa, dinheiro”, afirma.
Sobre a demanda ser atendida
Questionado sobre a possibilidade de ser colocado um container ou lixeira no local, o secretário de meio ambiente, Claudiomiro Dias afirma que a pasta não dispõe de lixeiras particulares. “Elas são instaladas em pontos em que 30 metros não passa coleta. Nesta localidade o caminhão do resíduo passa na proximidade. Reforçamos que os moradores devem colocar os resíduos na rua nos dias e horários corretos para coleta, isso evita o acumulo de resíduos. Estaremos visitando estas localidades para sensibilização ambiental e conscientização sobre a destinação correta”, esclarece.
Em relação ao espaço não receber manutenção de limpeza, conforme apontado pelos moradores, o secretário afirma que “a secretaria do meio ambiente realiza, quando necessário, o auxílio com recolhimento de entulhos. Mas, será verificado o local”, conclui.