Durante essa semana, voltou-se a discutir a possibilidade do retorno do horário de verão. A extinção do método foi uma das primeiras iniciativas do presidente Jair Bolsonaro quando assumiu a liderança do Palácio do Planalto, em 2019. Nesta semana, empresários do país tentaram convencer o presidente a abrir mão da medida.
Como argumento, os empreendedores dizem que o retorno pode beneficiar o turismo e gerar economia da energia elétrica. Bolsonaro, entretanto, desconsidera a volta do horário diferenciado, pois afirma que a maioria é contra porque a mudança mexe no relógio biológico.
A equipe do Jornal Semanário, por meio do Instagram, fez uma enquete que gerou 1,1 mil interações, com o objetivo obter da população o posicionamento sobre um possível retorno do horário de verão. Como resultado, 73% dos votantes são a favor e 27% contra a revogação do decreto de abril de 2019.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Bento Gonçalves (Sindilojas-BG), Daniel Amadio, acredita que o horário de verão pode contribuir positivamente para os lojistas, empresários e outros setores. “Temos um final de dia mais longo, oportunizando ao setor a ampliação seu funcionamento. Assim, proporciona ao consumidor que, saindo de seu trabalho, possa, com mais calma, realizar compras”, pensa.
Estender o horário de funcionamento do comércio, segundo Amadio, pode até mesmo ajudar a amenizar os impactos na economia por conta da Covid-19. “Toda iniciativa de dilatação do tempo de loja aberta aumenta a possibilidade de crescimento nas vendas. Dentro desse raciocínio de melhores resultados, se espera uma mais rápida recuperação dos prejuízos gerados com a pandemia, e as empresas podem retomar contratações, melhorar suas compras junto aos fornecedores e superar mais rapidamente tudo que passamos”, ressalta.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Marcos Carbone, aponta que a vigência do adiantamento nos relógios contribui para que as pessoas permaneçam mais tempo em atividades externas. “O consumidor está na rua e pode ser cativado pela oferta de produtos e serviços dos estabelecimentos, fazendo o consumo, porém, não é um fator determinante. Cada vez mais o comércio tem feito da versatilidade seu grande trunfo, adaptando-se com rapidez às circunstâncias”, frisa.
Apesar do auxílio na recuperação da pandemia, Carbone acredita que de qualquer maneira vai durar um longo período, pelas diversas consequências acarretadas. “Esse reestabelecimento depende de uma série de fatores combinados, afinal, é preciso reverter mais de um ano de prejuízos no setor”, conclui.