Depois de mais de 90 dias hospitalizado por conta da Covid-19 e outras complicações, Almir Barella volta para casa e recebe o carinho de amigos e familiares
Confiar, ter fé e nunca perder a esperança. Esses foram os pensamentos que acompanharam Almir Barella, de 64 anos, durante mais de 90 dias. O agricultor lutou contra a Covid-19, doença que levou a mãe, Hermínia, e também acometeu a esposa, Zuleide. Após mais de três meses de internação, muitos deles intubado e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ele e os familiares puderam comemorar: no dia 18, Barella ganhou alta do Hospital Tacchini e pode rever amigos e familiares.
A difícil caminhada contra a doença iniciou no dia 8 de março. Passado algum tempo e com a piora do quadro, ele precisou ser internado no dia 15 do mesmo mês. “Três dias após sua internação, necessitando de uma tomografia com urgência e um leito de UTI, precisou ser transferido para o Hospital Tacchini, pois seu estado já era grave. Seu coração, que já havia enfrentado um enfarte há alguns anos, dificultou ainda mais o enfrentamento ao vírus. A luta era contra o tempo para salvá-lo. Ele optou por ser intubado no dia 20 de março, sem que a família soubesse. Porém, falou para os médicos ‘eu não vou partir, vou vencer!’”, relata a sobrinha Karla Ingrid Machado Crespin.
Passados 43 dias – tendo neste meio tempo perdido a mãe para a doença -, ele pôde retornar para o quarto. Entretanto, outro momento delicado estava prestes a ser vivido por ele. “Foram identificadas sete pedras nos rins, do tamanho de um grão de feijão, que não tinham como passar pelo canal urinário e precisariam ser removidas. Enfraquecido e a essa altura com apenas 25% da capacidade de seus pulmões, seguiu para uma nova cirurgia, que foi realizada com sucesso”, conta.
Após isso, e em plena recuperação para ir para casa, contraiu uma bactéria hospitalar, iniciando a terceira luta pela vida. “Em seguida veio a febre, complicações respiratórias e cardíacas, o levando novamente para a UTI. A situação clínica era grave e somente algum milagre poderia salvá-lo”, lembra a sobrinha.
Ele foi novamente intubado e teve uma parada cardíaca de 8 minutos. “As esperanças da família já se viam no fim. Os exames não deixavam criar expectativas. A batalha era diária por qualquer sinal, gesto ou melhora que pudesse novamente dar esperança para sua família. Foram mais 21 longos dias de UTI, mas com a família unida na fé e na certeza que ele venceria mais esta batalha”, enfatiza.
O final feliz ocorreu na sexta-feira, 18, quando Barella teve alta hospitalar. Na saída, um misto de sentimentos aflorou entre os amigos e familiares que lá estavam presentes. Cartazes, flores e música davam as boas vindas àquele que tanto lutou pela vida. “Nosso guerreiro volta para casa, vencendo uma guerra difícil, com pouquíssima ou nenhuma sequela, após passar por tudo isso, com a perda de sua mãe, mas com a vitória de ter a sua vida de volta”, conclui.