O mecânico Jair Antônio Pereira, 56 anos, conhece muito bem o local onde mora. São 54 anos residindo no mesmo bairro, de Bento Gonçalves. Ele chegou ainda pequeno, quando os pais escolheram o Aparecida para morar. “Foi bom me criar aqui”, garante.
Quando lembra daquela região antigamente, não pensa duas vezes e afirma que era “muito diferente”. Para ele, o que mudou, principalmente, foi o crescimento e desenvolvimento da localidade. “Naquela época, tinham poucas famílias, então, conhecíamos todo mundo”, aponta.
Apesar da passagem de tempo, o que permanece igual para Pereira é a paixão que nutre pelo local em que criou raízes. Depois que casou com a esposa Marilene, permaneceu morando por lá. Os dois filhos do casal, Adriel, 23 anos e Saidi, 33, também nasceram e foram criados no Aparecida.
No local, o que mais gosta é dos moradores antigos. “Aqueles da mesma faixa etária, porque a gente se criou juntos, nos conhecemos bem. Antes da pandemia do coronavírus a gente reunia todo mundo, fazíamos festa juntos”, afirma.
Pereira também elogia a infraestrutura que o bairro oferece para a população. “Temos posto de saúde, farmácia, mercado, tudo perto. A UPA 24 horas também é pertinho. É um local completo. Não posso me queixar, é muito bom. Tem problemas como qualquer lugar, mas gosto daqui”, elogia.
Além de morar, recentemente Pereira também fez da residência, o local de onde tira o sustento. Há dois anos, em um espaço da própria casa, atua no conserto de máquinas de lavar roupas. “Antes, trabalhava em uma empresa, mas fechou. Na época pensei, vou fazer o que? Como já fiz alguns cursos na área, comecei a consertar. Enfim, entrei para esse ramo, estou vivendo disso, tem muito serviço”, comemora.
O modeleiro Iri Roque Coldebella, 56 anos, tem uma trajetória diferente. Natural de Santa Catarina, decidiu vir para a Capital Nacional do Vinho por influência do casal de filhos, que vieram para o Rio Grande do Sul alguns anos antes.
Com ajuda da cunhada, que também mora em Bento Gonçalves, encontrou no bairro Aparecida, um novo lar para recomeçar a vida. “Vendemos um pedaço de terra que tínhamos em Formosa do Sul, lugar bom também, mas município pequeno. Viemos para ficar perto dos filhos”, comenta.
Há oito anos no bairro, Coldebella afirma que é um lugar bom de morar. “Aqui pertinho tem o posto de saúde, com dentista e tudo. Limpeza a prefeitura faz e cada proprietário cuida a frente da própria casa, se ajuda. Estou contente aqui”, salienta.
A dona de casa Samara Aparecida Souza Cardoso, 40 anos, reside no bairro há 32 anos. Orgulhosa, ela conta que a primeira moradora da rua foi a vó, Maria Ondina de Souza, falecida há três anos, aos 82 anos. “Quando ela chegou, não tinha ninguém, nem nada aqui”, afirma.
Sobre o bairro, assim como os demais, o que mais gosta é da tranquilidade e da boa relação com os vizinhos. “Eu adoro aqui. Conheço muitas pessoas, não sei os nomes, mas cumprimento todo mundo, gosto da minha vizinhança. Não tenho do que reclamar, é um lugar bom de morar, aqui tem paz”, destaca.
O comerciante Gilmar Lunelli, 62 anos, nasceu e morou até os 32 no bairro Aparecida. Depois, mudou-se para outro local. Entretanto, neste ano, retornou, mas por motivos profissionais. É que ele está trabalhando em uma loja que foi inaugurada na principal avenida do bairro.
Ainda que tenha retornado há pouco tempo, Lunelli já percebe que o local cresceu muito em comparação as décadas passadas. “Ainda não andei muito por aí, mas sei que cresceu bastante, movimento muito grande de veículos, carros, ônibus e de pedestres também. Tem muita gente de fora, do Minha Casa Minha Vida, que está trazendo bastante pessoas novas para cá”, observa.
Lunelli conta que o amigo e proprietário escolheu o bairro para empreender, porque viu no local um nicho de mercado que ainda não tinha. “O pessoal tem loja ali nas redondezas da Igreja, mas aqui nesse canto, ele sentiu um espaço importante para a gente, porque não tem esse tipo de comércio aqui”, admite.
Segundo o comerciante, a loja está sendo bem aceita pelos demais moradores. “As pessoas estão gostando porque não precisam se deslocar, pagar frete para ir buscar mercadoria, então a aceitação está boa. O pessoal passa na frente e automaticamente entra, pergunta o que temos, querem conhecer. Está interessante. Está sendo bem bacana”, comemora.