O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, garantiu que a partir de segunda-feira, 3 de maio, haverá a retomada da entrega das vacinas contra a covid-19 ao Ministério da Saúde. O atraso de novas doses da CoronaVac existente nos últimos dias é decorrente da paralisação da produção pela falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), vindo da China. Conforme as previsões iniciais, o Butantan deveria entregar 46 milhões de doses até o final deste mês. Por causa do atraso, pelo menos 3,2 milhões não serão entregues no tempo definido.
Durante entrevista a uma rádio, Covas rebateu as declarações feitas pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na segunda-feira, 26, durante audiência no Senado. Segundo Queiroga, “em face do retardo dos insumos vindos da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose”. Conforme o diretor do Butantan, a programação foi realizada antecipadamente e o Ministério da Saúde foi alertado sobre a possibilidade de atrasos na entrega.
A situação da falta de imunizantes para a aplicação da segunda dose da vacina contra a covid-19 começou a afetar diversos estados brasileiros. Isso porque em março, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo orientou que municípios não reservassem metade dos lotes para aplicação da segunda dose da vacina. O objetivo era alcançar maior número de imunizados com a primeira aplicação. “Alguns Estados fizeram a reserva para a segunda dose, como é o caso de São Paulo, portanto aqui não tem faltado a segunda dose no prazo determinado. Agora, outros não fizeram essa reserva, inclusive por conta da orientação do próprio ministério”, disse Covas.