Clacir Rasador
Então é PÁSCOA e o que você não fez? Tal indagação nos remete à lembrança, mesmo que no sentido oposto, à música interpretada por Simone – Então é Natal –, cuja versão original é de John Lennon.
Mas a resposta passa antes pelo sentido da maior festa CRISTÃ, sim, é a PÁSCOA – sem uma música famosa a entoar, pois o silêncio é a sua melodia –, embora possamos pensar diferente, seja por desconhecimento ou induzidos a erro devido ao grande marketing e consumismo que “roubam”, infelizmente, o protagonismo do Natal.
Memorando um pouco aquele encontro de Catequese, o qual geralmente o era aos sábados à tarde, palavras como reflexão, introspecção, conversão, passam a compor o sentido da PÁSCOA, e nos desafiam a mudar de direção, a nos dar o direito de escutar o silêncio que nos fala mais alto ao coração.
Então é PÁSCOA e o que você não fez?
Sim, se trata de uma pergunta intrigante, que pode até ser interpretada como invasiva – por favor, desculpe-me – mas se tranquilize, a resposta terá somente dois ouvintes, você e quem o conhece como ninguém, o qual tem todas as respostas e somente a ELE cabe julgar.
A propósito, já se imaginou à mesa na última ceia com JESUS? A questão não é qual apóstolo eu gostaria de ser, porém, ainda no silêncio de sua alma, responder a si mesmo: qual apóstolo eu seria?
Sem ser sugestivo, Simão Pedro não deu a outra face, preferiu usar lâmina da espada contra um guarda que iria prender JESUS e negou conhecê-lo por três vezes, amargando singular arrependimento – ou seja, a quem prometera, horas antes, dar a própria vida.
A coragem, o destemor e a impulsividade do apóstolo Simão Pedro não somente revelam a sua liderança, uma verdadeira fortaleza espiritual em CRISTO, mas igualmente a personificação da natureza e fraqueza humana.
A vida de JESUS teve poucos registros de passagens nos templos e sinagogas; sua vida era junto ao povo, a essência da Igreja em saída, como nos diz o Papa Francisco. Não, não me interprete de outra forma, é extremamente importante professarmos a religião, participando das missas, encontros, cultos, cada qual com seu credo; tenho comigo, no entanto, que é mais fácil ser Cristão dentro das igrejas, nas sacristias, no interior dos templos. Ainda, não há de se negar, é maravilhoso e emocionante ver a expressão humana da fé ao se ajoelhar e erguer as mãos aos céus em sinal de prece e devoção. Mas é DIVINO quando fora da igreja, dos templos, a oração, a fé se reveste do AMOR maior e se concretiza no estender solidariamente a mão ao próximo.
Mas, voltemos, então é Páscoa. Onde o mundo atual adoeceu e não me refiro somente, como senão bastasse, a já tão trágica pandemia. Não se trata de ser apocalíptico, mas vivemos num cenário de dor, de sofrimento, de negação à verdade, de lideranças questionáveis, de corrupção, de cobiça e falsidade, de inveja, de falta de justiça, de egoísmo e vaidades, colocando à prova nossos valores, nossa família, nossa fé e humanidade. Em especial, um tempo incessante na busca da salvação. E pensar que já se passaram 1988 anos…seria mera coincidência em comparação àqueles tempos…a DEUS nada é mera coincidência e sim tudo a seu tempo. Enfim, Cristãos que somos, a indiferença não nos serve, talvez seja oportuna a reflexão. Pode ser que ainda não tenhamos aprendido que nessa estrada não se anda só, ou tenhamos caído na tentação se seguir por um falso atalho. É preciso prodigamente voltar e seguir verdadeiramente o único CAMINHO, do ontem, do hoje e para todo sempre. Olho nos sinais: é tempo de mudanças, é tempo de conversão, é Páscoa.
Feliz e Abençoada PÁSCOA do DEUS da VIDA, do CRISTO ressuscitado!
Saúde e vamos em frente!