Prefeituras de Bento, Monte Belo e Pinto Bandeira não vão promover eventos. Hotéis, restaurantes e vinícolas se preocupam com a questão sanitária
O período de vindima, para a Capital Nacional do Vinho, é de extrema importância, pois caracteriza um dos principais setores da cidade, o vitivinícola.
O secretário de Turismo do município, Rodrigo Parisotto, explica que uma das coisas que muda em Bento é a paisagem. “Parreiras carregadas de uva que proporcionam até a mudança dos aromas no ar em nossas rotas turísticas. Além disso, temos programações especiais que acontecem nos estabelecimentos turísticos e que atraem turistas de todo o Brasil”, afirma.
A época, que dura de janeiro a março, se transformou na segunda mais importante para a cidade, segundo o titular da pasta. “Podemos comparar o período do Natal Luz, em Gramado, com o período da Estação Vindima, em Bento. A cada ano, mais e mais turistas procuram a experiência de nossos primeiros imigrantes, para vivenciar algo único que apenas acontece nestes meses. Muitos hotéis, restaurantes, vinícolas e demais atrativos criam programações especiais para o período”, explica.
Entretanto, devido à pandemia, algumas das principais vinícolas da cidade, que costumavam realizar a tradição que mostra a cultura dos italianos, não vão ter atividades para o período. É o caso da Aurora, que afirma que em virtude das restrições impostas e os protocolos municipais e estaduais, não fará nenhuma programação especial.
A assessoria de comunicação da Miolo também informou que, apesar de saber da importância deste período para a região, pela segurança de todos, após diversas reuniões, foi decidido que não se deveria realizar nenhuma atividade, como era feita nos anos anteriores. Apenas será permitido as visitações normais, de acordo com as bandeiras vigentes e cumprindo os protocolos.
Tradição italiana permanece
A diretora do Villa Michelon, Elaine Michelon, explica que, no hotel, a vindima começa no próximo dia 15 e vai até 7 de março, caso ainda tenham uvas para colher. As programações acontecem todas as sextas a partir das 17h30min e é apenas para hóspedes, diferente do que ocorreu nos últimos anos.
O local é um dos poucos que vai continuar com a tradição, seguindo todas as recomendações para preservar a saúde dos participantes. “O que a gente vai mudar mesmo é álcool gel para todo lado, luva para quem quiser se servir, tudo ao ar livre e é obrigatório o uso de máscara. Além de, é claro, respeitar os protocolos e o distanciamento”, ressalta.
Os visitantes poderão ir ao parreiral e fazer a colheita simbólica. Após isso, serão encaminhados à Casa do Filó, onde as uvas são colocadas na tina e a pisa é iniciada. “Faremos em grupos familiares, de amigos ou individual”, garante Elaine.