Entre as dificuldades, destaca-se a redução nas doações, tanto de alimentos quanto financeira
O público que mais tem chance de ser atingido pela Covid-19 são os idosos, considerados o grupo de risco. O Rio Grande do Sul ocupa a nona posição de casos acumulados por semana epidemiológica, segundo atualização do Ministério da Saúde na quinta-feira, 12. No estado, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o número de positivados com a doença registrado é mais frequente entre os 30 e 39 anos, já o de óbitos é entre as pessoas da terceira idade, de 80 anos ou mais.
Os casos chamam a atenção para a situação dos moradores de abrigos e casas de repouso, um segmento especialmente vulnerável dentro do maior grupo de risco, especialmente os que dependem de doações financeiras.
O Lar para Idosos Luchese atende 24 pacientes. Desde março, a entidade está com as visitas suspensas. A técnica em enfermagem Ivanise Farinha destaca que foi a melhor coisa que fizeram. “Ninguém esteve com gripe ou com qualquer tipo de sintomas. Tivemos esse cuidado e seguimos à risca os protocolos de segurança”, garante.
Para enfrentar esse momento, algumas mudanças foram feitas. “Recebemos doações. Os sofás que eram de tecido, passaram a ser de courino para podermos higienizar, limpamos o espaço com produtos sanitizantes, há distanciamento entre as poltronas e cada profissional tem seu Equipamento de Proteção Individual”, afirma.
Contudo, as doações tiveram uma queda significativa, tanto de alimentos quanto financeira. Como forma de amenizar, a Lar Luchese prepara um “Pedágio Solidário” no próximo dia 28, na praça Vico Barbieri. “Todos os anos, realizamos um almoço para arrecadar recursos para pagar os funcionários, mas este ano será diferente. Estamos propondo uma rifa beneficente”, acrescenta Ivanise.
Outro espaço dedicado aos idosos que sofreu muito foi o Cuida Vitta. As visitações estão liberadas, contudo seguem o protocolo exigido pela Vigilância Sanitária e com agendamento.
A enfermeira e proprietária Rejane Civardi relata que o impacto causado pela pandemia foi grande. “Principalmente, pela alta no valor dos produtos médicos hospitalares, como aventuais, propés, luvas cirúrgicas, entre outros”, acrescenta.
Por não se tratar de uma instituição filantrópica, para arcar com os custos Rejane afirma que a organização financeira é interna. “Meu marido e eu que investimos”, finaliza. A casa atende 22 idosos.
Foto: Arquivo pessoal