A tradicional Feira, que costuma acontecer na praça Via del Vino, não pôde ser realizada. Transmitir atividades ao vivo foi solução acertada
A 35ª Feira do Livro de Bento Gonçalves, em homenagem à Biblioteca Municipal, obteve resultados positivos, mesmo de forma online, em razão da pandemia. O número de acessos, em todas as plataformas, foi de 56.826 visualizações.
Segundo a coordenadora da Biblioteca Pública Castro Alves, Paula Gautério, além de ter um retorno satisfatório, a Feira também surpreendeu. “Tivemos a atividade de um dos escritores, que contou com quase 300 crianças conectadas, simultaneamente. Agora, já temos mais de mil acessos nesse conteúdo. Foi bom olhar por esse aspecto, porque a gente não consegue comportar essa quantidade de estudantes presencialmente”, explica.
Foto: Secult, Divulgação
O secretário da Cultura, Evandro Soares, frisa que ter realizado o evento, mesmo de forma não presencial, significa um gesto de coragem e valorização do setor em tempos de dificuldade. “A maioria dos municípios decidiu por cancelar seus eventos. A realização de forma online permitiu que não apenas pessoas de Bento Gonçalves acompanhassem a nossa programação. Ao mesmo tempo, as atividades permanecem em nossos canais para serem acessadas a qualquer momento. Entendo que esta experiência nos traz uma nova realidade”, opina.
Atividade cultural teve convidados especiais
Ainda de acordo com o secretário, a Feira presencial no centro de Bento, com a presença de toda a comunidade, é fundamental. “Vejo que nos próximos anos, além do presencial, também teremos as transmissões online, ampliando ainda mais o alcance da valorização do livro, da leitura, da literatura, dos escritores e artistas”, pondera Soares.
Para Paula, este ano foi um exemplo do que pode ser realizado também nas próximas edições. “Teve coisas que percebemos, alguns pontos positivos, que a gente pretende continuar fazendo de forma híbrida, aproveitando o canal que criamos, e essa experiência nova que vivenciamos”, relata.
Uma das questões que a internet traz de interessante para esses momentos é não ter que se preocupar com espaço físico. “Têm escritores com uma demanda grande e nas outras feiras não conseguíamos atender todas as escolas que solicitavam comparecer nas palestras”, sublinha a coordenadora da Biblioteca Castro Alves.
Além disso, foi possível explorar o conhecimento de presenças que anteriormente não podiam vir, por causa da distância. “Por exemplo, a gente teve uma palestra super legal que combinava com a temática da Feira, com o Volnei Canônica. Tínhamos tentado trazer ele em outras edições, mas pela agenda do convidado, ainda não havia dado certo. Dessa vez, conseguimos a participação, diretamente de Brasília. Teve uma outra escritora, gaúcha, residente da França, que também tentamos contratar anteriormente. Esse ano, conseguimos”, comemora Paula.
A quantidade total de livros comercializados com o desconto de 15% concedidos pela Feira ainda não foi divulgada.
