A queda foi para mais de 80% na demanda geral, entre ônibus urbano intermunicipal
Desde março, todos os setores da economia estão sendo afetados. Com o transporte, não é diferente. Por causa determinação de fechamento dos comércios e empresas, inicialmente, sair de casa não era opção, o que atingiu as empresas de ônibus do município, bem como a renda dos motoristas de táxi e de aplicativo.
Segundo o diretor de operações da empresa Bento Transportes, Gustavo Toniolo, em abril a redução foi para mais de 80% na demanda no geral, entre ônibus urbano e intermunicipal. “Até setembro, a queda girou em torno de 70%. A pandemia atingiu em cheio o setor, desde o avião até o ônibus. As restrições foram impostas pelo poder público, decretos que determinaram que os transportes fossem suspensos, sem uma contrapartida para as empresas manterem seus quadros de funcionários, a única coisa que fizeram foi as reduções de jornada”, explica.
Com as restrições iniciais, o hábito dos usuários mudou. “O passageiro, por ficar sem opção de ônibus, migrou para outros modais de transporte, aplicativos, moto, etc”, afirma Toniolo.
O taxista Elmar Cainelli, um dos representantes de sua categoria, acredita que o movimento tenha caído em torno de 60%. Além disso, o motorista afirma que a queda foi ocasionada pelo desemprego da população. “Algumas empresas estão fechadas, mandaram o pessoal embora. Fazemos aquelas corridas sagradas de sete ou oito reais e continuamos sobrevivendo, mas caiu o movimento. Só para se ter uma ideia, se a gente antes ganhava R$500,00 reais de movimento bruto, tirávamos cerca de R$250,00 reais, dava mais ou menos 50% do total. Hoje, aquele que fizer 150 reais líquido, tem que comemorar”, ironiza.
Para o aplicativo mais usado por motoristas da cidade, o Garupa, o movimento reduziu de 80 a 85% no primeiro mês de pandemia. Segundo o sócio operador da empresa, Airton Deon, a situação está melhorando, aos poucos. “Agora está de forma escalonada, todo mês aumentando um pouco, hoje a nossa realidade é de 70% do que era antes da pandemia”, relata.
Proteção de passageiros e motoristas é primordial
Para proteção dos passageiros e motoristas, as empresas estão tomando cuidados de higiene. É o caso da Transporte Santo Antônio, que está utilizando um sistema de névoa para desinfecção dos veículos. Apesar disso, a empresa alerta os passageiros que essa ação não dispensa os cuidados individuais com a sanitização adequada e frequente das mãos com álcool gel quando dentro do veículo, manter as janelas do ônibus abertas para arejar o ambiente e utilizar máscara individual de proteção. Já na Bento Transportes está sendo utilizado um nebulizador térmico, que tem como função eliminar o vírus.
O respeito pela saúde dos passageiros, para Cainelli, é uma prioridade para os taxistas. “Estão respeitando muito, usando máscara, álcool gel, e dando aquela segurança. Tem uns que colocaram até cabine plástica para se manter longe do cliente”, explica.
Deon também explica que foi disponibilizado aos motoristas uma ajuda de custo para comprar uma capa protetora, que divide os dois bancos da frente para os de trás. “Ficaria totalmente isolado o motorista do passageiro, só tinha espaço para receber o dinheiro. Ainda tem alguns trabalhando com esse material, e fica bom tanto para o motorista, quanto para o passageiro”, destaca.
A orientação do Garupa é que os passageiros e motoristas também utilizem os equipamentos de segurança, e mesmo quando esteja chovendo, deixem ao menos uma fresta da janela aberta para ventilação do ar. “Nossa expectativa para o final do ano é que não volte totalmente ao normal, mas que a gente trabalhe em torno de 90 a 95% do que era antes. Acredito que vá retornar praticamente tudo, estamos bem esperançosos quanto a isso”, acrescenta Deon.