A diocese, à qual estão ligadas as paróquias de Bento, emitiu nota permitindo a retomada das missas presenciais nas igrejas da comunidade
Aos poucos, a vida está voltando ao normal. Enquanto a população aguarda a vacina, depois de quase sete meses convivendo com o coronavírus, algumas atividades estão retornando, como a ida dos fiéis às paróquias da cidade. A diocese de Caxias do Sul, em junho, emitiu nota que permitia a retomada das missas presenciais nas igrejas das comunidades e nas matrizes, desde que seguissem todos os protocolos de distanciamento e higienização.
Entretanto, por uma decisão dos párocos da cidade em um momento em que ainda havia um grande número de casos da doença, as igrejas continuaram fechadas. A partir de agosto os padres, junto com o bispo, definiram a retomada das missas com o público. No primeiro momento retornaram apenas as matrizes São Roque, Santo Antônio, Cristo Rei e Nossa Senhora do Rosário, em Faria Lemos. Desde 12 de setembro também houve a retomada de missas presenciais nas comunidades e as paróquias organizaram os cronogramas de acordo com as possibilidades de atendimento para celebrações.
O padre Ricardo Fontana, responsável pela Paróquia Santo Antônio, explica que algumas regras precisam ser seguidas para a realização das missas. “Temos os procedimentos de marcação de lugares com as fitas, que limitam o número. Nós contratamos uma equipe de segurança, que controla a quantidade de pessoas. Instalamos os dispenseres de álcool em gel e apesar do santuário ter capacidade para 440 pessoas sentadas, estamos com uma média de 120 fiéis por celebração”, explica.
O pároco afirma que as pessoas que estão frequentando a igreja são bem-educadas e já têm consciência a respeito da gravidade da pandemia. “O povo vem para rezar mesmo, um ato de fé. Não vi nenhuma pessoa sem máscara, ou que fique tirando. No tempo de isolamento que a gente vive, o comunidade vem buscar consolo. A resposta que o cristianismo dá nesse momento é que entre a presunção e o desespero, está a esperança”, relata.
Na Paróquia São Roque, não é diferente. Os cuidados para prevenir a contaminação dos fiéis com o coronavírus são muitos. “Nós estamos medindo a temperatura, temos a separação dos bancos, com o distanciamento de dois metros. Organizar isso nas nossas mais de 30 comunidades também foi desafiador, mas conseguimos com sucesso”, garante o padre Daniel D’Agnoluzzo Zatti.
O pároco explica que o crescimento da conscientização sobre a necessidade de tomada de cuidados na cidade é grande, e que não foi diferente dentro da igreja. Segundo Zatti, não se pode dizer que todos estão respeitando as regras, mas não há percepção de descaso. “O que percebo é que existe uma minoria que ainda carrega ingenuidade sobre algumas medidas que deveriam ser mais respeitadas. Mas essa é uma percentagem muito pequena do total”, aponta.
Além disso, o padre explica que um público diferente está comparecendo nas missas. “Em muitos lugares, que víamos apenas conhecidos, hoje vemos também gente desconhecida. Ou seja, pessoas que foram tocadas profundamente nesse tempo de pandemia a uma busca pelo sentido da vida, pela transcendência, portanto, uma busca pelo sagrado. Estão procurando na igreja a resposta a esses apelos e angústias” acredita Zatti.
A reabertura da igreja Cristo Rei, que realiza as missas no centro de evangelização desde junho, será na sexta-feira, 8 de outubro. “Nós vamos fazer a separação dos bancos e teremos álcool em gel. Estamos acolhendo quem se sente apto e esteja fora do grupo de risco para participar”, afirma o padre Gilmar Paulo Marquezine.
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