Municípios que tiveram mais estragos na produção de uva na região foram Farroupilha, Caxias do Sul e Flores da Cunha
O início da semana, que marcou o final do inverno e o começo de uma nova estação, também foi assinalado pelo frio em Bento Gonçalves e nos municípios da região. De acordo com dados da Metsul Meteorologia, na manhã de segunda-feira, 21, a mínima registrada no estado foi no município de São José dos Ausentes, marcando 4,4ºC abaixo de zero. Ainda, pela região, Farroupilha também teve temperatura negativa, 2,1ºC.
Apesar do frio e da geada tardia, a Capital do Vinho não registrou prejuízos, pelo menos por enquanto, no que tange a produção de uva. “Em nossa região, teve alguns casos bem pontuais, deu geada, mas ela atingiu mais baixo, no chão, não foi tão forte como a que ocorreu há algum tempo. No caso os enxertos, que são mais próximos do solo, podem ter sido prejudicados, mas não muito”, pontua o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Cedenir Postal.
Ele esclarece que as cidades mais afetadas na Serra Gaúcha foram Farroupilha, Caxias do Sul e Flores da Cunha. “Esses são locais com maior altitude. Inclusive, a gente tem como parâmetro quem tem seguro, e, só entre Farroupilha e Caxias, mais de 150 produtores acionaram para a geada. Quer dizer que um número significativo de agricultores foi atingido”, revela Postal.
Porém, ele salienta que a situação deverá ser avaliada, nos próximos dias, para verificar realmente se houve perdas significativas. “Em algumas parreiras acaba queimando as pontas e não atinge a produção em si. Sempre prejudica, pois vai danificando a planta, vai sofrendo estresse e acaba produzindo menos. Entretanto, vamos aguardar os próximos dias para ver como se comporta”, pondera.
De acordo com o técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) de Bento Gonçalves, Thompson Didoné, teve geada no domingo e na segunda. “Mas, em termos de prejuízos na agricultura, muito pouco”, esclarece.
No parreiral
O agricultor é quem mais sente os prejuízos, pois depende do tempo e do clima para plantar e colher. Apesar de pouco, alguns danos já foram avaliados pelo agricultor Silo Perin, morador da Linha Alcântara Alta, Capela São Pedro, interior de Monte Belo do Sul. Ele estima uma perda de 25% a 30% na variedade Lorena, plantada em uma área de 0,4 hectares. “Na geada anterior, que foi mais forte, não houve perda, pois a parreira ainda não estava brotada. Nesta, infelizmente, apesar de ser mais fraca, vou ter uma perda de 4 a 5 mil quilos de uva”, revela o produtor. Entretanto, as perdas ainda estão sendo contabilizadas e o montante deverá ser verificado nos próximos dias.