Bate-se sempre na mesma tecla quando o assunto é dinheiro, situação financeira, gastos e impostos no Brasil. Mas a situação dessa vez é difícil de ser compreendida e aceitada, pois todos os rendimentos que o contribuinte recebeu até o dia primeiro de junho serviram somente para pagar impostos, taxas e contribuições. De acordo com o estudo divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação- (IBPT), o brasileiro, nesse ano trabalhará 153 dias, ou cinco meses e um dia somente para “engordar” os cofres públicos, levando em conta que 2016 é um ano bissexto, ou seja, com 366 dias no seu total.
Os cidadãos brasileiros tiveram ainda que destinar em média 41,80% do seu rendimento bruto em 2016 para pagar a tributação sobre os rendimentos, consumo, patrimônio e outros. Nos anos de 2014 e 2015 o índice permaneceu o mesmo: de 41,37%.
O estudo “Dias Trabalhados Para Pagar Tributos”, criado pelo IBPT, considera a tributação incidente sobre rendimentos, formada pelo Imposto de Renda Pessoa Física, contribuições previdenciárias e sindicais; e a tributação sobre o consumo de produtos e serviços, como e a tributação sobre o patrimônio.
O economista Imerio Corbelini, diz que no total são 93 impostos pagos pelos consumidores brasileiros. “Infelizmente está é uma realidade que, para a maioria da população, principalmente os leigos em economia é difícil de entender. Mas é preciso dizer que 41,80% da nossa renda é consumida por tributação direta e indireta”, garante. Imerio salienta ainda que os impostos indiretos são totalmente injustos do ponto de vista social, pois ricos e pobres pagam o mesmo valor, sendo que a proporção para as pessoas de baixa renda é dolorosa.
Compreendendo os gastos
A tributação incidente sobre os rendimentos (salários, honorários) é formada principalmente pelo Imposto de Renda Pessoa Física, pela contribuição previdenciária (INSS, previdências oficiais) e pelas contribuições sindicais. Além disso, o cidadão paga imposto sobre o consumo já incluso no preço dos produtos e serviços (PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS, etc) e também sobre o patrimônio (IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI, ITR). Arca ainda com outras tributações, como taxas (limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos) e contribuições (iluminação pública).
Em 2003, do seu rendimento bruto o contribuinte brasileiro teve que destinar, em média, 36,98% para pagar a tributação. Em 2004 comprometeu 37,81%, em 2005 destinou 38,35%, em 2006, 39,72%, em 2007, 40,01%, em 2008, 40,51%, em 2009, 40,15%, em 2010, 40,54%, em 2011, 40,82% do seu rendimento bruto, em 2012, 40,98%, em 2012, 40,98% do seu rendimento bruto, em 2013 o total de 41,10%, passando para 41,37% no ano de 2014, permanecendo neste índice também em 2015, sendo que nesse ano de 2016 esse comprometimento dos seus rendimentos chegou em 41,80%.
Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário, deste sábado, 6 de junho de 2016.