A Fiema Brasil encerrou sua 10ª edição na quinta-feira, 22, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, consolidando-se como referência pela convergência entre tecnologia, sustentabilidade e negócios. Desde o dia 20 de maio, a feira reuniu 150 marcas expositoras e público superior a 8 mil visitantes. Empresas, profissionais, entidades e especialistas de diferentes regiões do país e do mundo circularam pelos corredores daquele que é o principal encontro de gestão ambiental da região Sul do país. “Estamos muito satisfeitos com as oportunidades que a feira entregou, seja para expositores, em termos de conexões e negócios, ou para os visitantes, no que se refere ao acesso a conhecimento, soluções e inovações”, destacou o presidente Jonas Brevia. “A Fiema está mais madura e, realmente, pronta para continuar sua caminhada de expansão alicerçada ao propósito de trazer a gestão ambiental e o compromisso com a sustentabilidade para o dia a dia das empresas e da sociedade”, garantiu.
Realizada pela Proamb já pela oitava edição, a feira teve, em 2025, um verdadeiro ponto de ruptura positiva, na opinião do presidente da fundação, Neri Basso. “A Fiema Brasil inicia, aqui, um novo ciclo em sua trajetória, ainda mais forte, robusta e disposta a contribuir ativamente com o objetivo de transformarmos nossa região em um reconhecido polo ambiental”, disse.
A 11ª edição está confirmada para ocorrer nos dias 18, 19 e 20 de maio de 2027, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves.
Programação renovada

Durante os três dias de programação, a Fiema promoveu atividades voltadas ao conhecimento – protagonizadas por cerca de 70 palestrantes, que participaram de encontros consolidados, como o 6º Meeting Empresarial, com 12 painelistas, e o 8º Congresso Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente, com 120 trabalhos científicos inscritos. Seminários técnicos, rodadas de negócios, exposições de produtos e soluções inovadoras também compuseram a grade de atrações do FiemaCon.
Estreante na feira, o 14º Fórum Energiplast compôs a grade de programação do dia 22, convocando especialistas para discutir energia a partir de resíduos em sete momentos distribuídos ao longo do dia. A programação reuniu também empresas e representantes de entidades públicas e privadas para debater soluções tecnológicas voltadas ao tratamento e à valorização energética de resíduos sólidos. Foram destaque temas como Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR), triagem automatizada em aterros sanitários e reciclagem mecânica de plásticos.
Negócios e conexões
Uma das iniciativas para ampliar os resultados na feira, a Rodadas de Negócios conectou mais de 70 empresas, entre nacionais e internacionais, em circuitos realizados no dia 21. Articulada pelo Sebrae-RS, a iniciativa teve dez empresas âncoras fixas, visitadas pelas outras participantes, facilitando múltiplas conexões. O levantamento das projeções de negócios está sendo construído para posterior divulgação.
Batalha das startups
Contando com um espaço de 644m² projetados para acomodar cerca de 40 startups, Arena de Inovação chegou à sua segunda edição dentro da Fiema Brasil, abrigando diversas palestras, pitches e apresentações. A batalha consagrou como vencedora desta edição a ‘Meu Resíduo’, seguida pela Bubuyou na segunda colocação e pela Urupê, na terceira posição.
Painel 100% feminino

O 6º Meeting Empresarial da Fiema Brasil, parte integrante da programação do FiemaCon, que marcou a mais recente edição do evento, destacou-se por um painel exclusivo de mulheres, que abordaram temas cruciais para os setores de Moda, Design e Indústria. As explanações de Suelen Joner, Paula Bragagnolo, Viviane Cecilia Lunelli e Marijane Paese, realizadas na manhã de 21 de maio, ofereceram um panorama aprofundado sobre a intersecção entre sustentabilidade, inovação e o papel do empresariado no desenvolvimento social.
Moda e sustentabilidade em destaque
Atento às discussões ambientais contemporâneas, o Meeting Empresarial aprofundou-se na indústria da moda. Suelen Joner, Head de Sustentabilidade e D&I do grupo Azzas 2154, e Viviane Cecilia Lunelli, presidente da empresa de moda Lunelli, enfatizaram a importância de uma moda mais limpa e sustentável, além do papel social das empresas. Suelen ressaltou que a sustentabilidade é um pilar fundamental para o grupo, que, com 27 marcas e cerca de 22 mil colaboradores, busca não apenas o protagonismo da moda brasileira no cenário mundial, mas também fazer a diferença nas comunidades onde atua.
Design, indústria e o protagonismo feminino
Paula Bragagnolo, analista de Pesquisa e Desenvolvimento da Galvanotek, abordou a união do design à sustentabilidade. Em sua explanação, criticou o consumo excessivo e inadequado, defendendo o papel ativo do consumidor nas decisões das empresas. Paula explicou que a motivação do cliente impulsiona as escolhas corporativas, e que a comunicação da marca deve ser estratégica para que os produtos ressoem com os consumidores. A Galvanotek, relevante no setor de embalagens para alimentos, utiliza 80% de material reciclado em suas embalagens plásticas, evidenciando que “A sustentabilidade não é mais uma pauta externa, mas uma lente de criação interna.”
A força da indústria de Bento Gonçalves foi simbolizada por Marijane Paese, empresária e administradora da Paese Comércio de Ferragens. Como a primeira mulher a presidir o Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Bento Gonçalves, Marijane compartilhou sua experiência profissional e pessoal com bom humor, pontuando seu pioneirismo no setor de ferragens. “Vocês vieram da moda, do design, e eu sou do ferro e do aço. Abri o primeiro comércio de ferragens de Bento Gonçalves comandado por uma mulher. Ainda precisamos provar com mais força que somos capazes. Posso dizer que o pioneirismo me persegue”, comentou.
Marijane analisou o cenário atual a partir de sua vivência no comércio e na entidade, destacando a importância da colaboração e da inovação aberta entre as empresas. Para ela, na Paese, a sustentabilidade também é uma estratégia que gera ganhos em reputação e eficiência. “Quanto mais a cidade melhorar e as pessoas estiverem preparadas, todos crescerão, e de forma mais sustentável”, concluiu, reforçando a interligação entre o desenvolvimento empresarial e o bem-estar da comunidade.
Sobre a feira
A Fiema Brasil é uma realização da ProAmb e a 10ª edição teve o patrocínio de Autoridade Portuária de Santos, empresa do Ministério de Portos e Aeroportos do Governo Federal; Badesul Agência de Fomento do Rio Grande do Sul; FINEP, Financiadora de Estudos e projetos, empresa pública, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; Verdera, unidade de gestão e destinação sustentável de resíduos da Votorantim Cimentos; Governo do Estado do Rio Grande do Sul; Corsan, Banrisul, BRDE, Caixa e Governo Federal, Sicoob, Prefeitura de Bento Gonçalves, Procergs, Track Capital, Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Tramontina, Vivaci Soluções em Sustentabilidade, Cimento Gaúcho, Sicredi, Icatu Coopera e Sebrae.
“Estamos em transformação”

A feira tem se consolidado como um ponto de encontro crucial para o setor ambiental, superando as expectativas tanto em geração de negócios quanto na promoção do intercâmbio de conhecimentos.
O presidente da FIEMA Brasil, Jonas Brevia, ressaltou a satisfação dos mais de cem expositores presentes. “Muitos fecharam negócios dentro do evento, então a gente tem uma geração de negócios dentro da feira”, afirmou o presidente. No entanto, ele enfatiza que o maior destaque tem sido a intensa troca de informações. “Com certeza o que se desenvolveu mais e o que aconteceu mais foi a troca de informações, o networking entre essas empresas e entre os técnicos, engenheiros, diretores de empresas que vieram conhecer essas soluções”, pontuou Brevia.
A feira, caracterizada por seu perfil técnico, atraiu um público qualificado. “O pessoal está nos relatando que está muito bom e um evento com visitantes muito focados realmente no negócio”, observou o presidente. A busca por soluções abrange todas as etapas da produção, desde o tratamento final de resíduos até o início dos processos. Brevia reconhece a dificuldade em quantificar qual área se destaca mais, mas reitera que a essência da feira reside na conexão.
A abrangência da FIEMA Brasil também se reflete na diversidade de seus participantes. Além de um número significativo de expositores do Rio Grande do Sul, a feira acolheu empresas de diversos estados brasileiros, como Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. A visitação seguiu a mesma tendência, com representantes de todas as regiões do país marcando presença nos pavilhões da Fundaparque.
Um dos principais propósitos da FIEMA, segundo seu presidente, é “proporcionar esse encontro entre as pessoas, entre estados, mas também com o intuito sempre de condicionar a nossa cidade, a nossa região como um impulsionador para o Brasil nas questões ambientais”. Essa meta, segundo Brevia, está sendo alcançada. “Hoje a gente está atingindo, nessa feira, um patamar que nos deixa bem contentes”, disse ele, acrescentando que a mensagem do evento está chegando a todo o Brasil.
O sucesso da feira também é atribuído ao apoio governamental. “Conseguimos muito auxílio do governo do estado do Rio Grande do Sul, muito auxílio do governo federal, então isso também engrandece e consolida cada vez mais o trabalho que a gente está fazendo aqui”, comentou o presidente. É importante ressaltar, segundo Brevia, que a equipe organizadora da FIEMA atua de forma voluntária, movida por um propósito comum.
Ao ser questionado sobre como resumiria a feira em uma única frase, Jonas Brevia, após uma breve reflexão, declarou: “Eu diria que realmente estamos em transformação.” A frase se alinha diretamente ao tema da feira, “Ecossistemas em Transformação”, e, para o presidente, traduz a realidade não apenas do setor, mas da sociedade como um todo.