Projeto pretende estender a BR-448 em 18,7 quilômetros, ligando a ERS-240 na cidade de Portão à grande Porto Alegre
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Mobilizar a sociedade para o desenvolvimento do estado e garantir investimentos para a concretização de obras que melhorem a vida da população e do empresariado são algumas das causas que a Associação das Entidades Representativas de Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICSSERRA) e o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), abraçaram para garantir recursos financeiros que possibilitem a realização de mais uma obra de suma importância e que deverá trazer benefícios à mobilidade, ao comércio e serviços entre a Serra Gaúcha e a região Metropolitana. Essa é a ideia ao apoiar a ampliação da BR-448, mais conhecida como Rodovia do Parque, que absorve 40% do tráfego que antes fluía totalmente pela BR-116. Para garantir agilidade no escoamento da produção dessas regiões, encurtar distâncias e fomentar o turismo, as duas entidades da Serra Gaúcha encabeçaram uma frente para lutar pela extensão da rodovia, na altura do quilômetro 6, pouco antes do acesso à Esteio, até a ERS-240, em Portão.
Por ser considerada uma obra de extrema importância, as entidades querem que o projeto seja priorizado pelo Governo Federal para que saia do papel. Segundo o vice-presidente da CICSSERRA e presidente do CIC-BG, Elton Gialdi, além do desconforto que o trânsito na BR-116 provoca diariamente em quem passa pelo local, o prolongamento da BR-448 auxiliaria no escoamento da produção que a região da Serra, Vales do Taquari e Sinos produzem. “Para toda a nossa região, essa obra só vem beneficiar porque vai resolver o gargalo do final de tarde, da saída de São Leopoldo à Serra. É um projeto que precisa ser apoiado pela sociedade civil”, afirma Gialdi.
Conforme com o engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) no Rio Grande do Sul, Carlos Alberto Garcia, os projetos para a Rodovia do Parque ainda não foram concluídos. De acordo com ele, assim que o estudo for concluído, a autarquia deve lançar o edital para a contratação da empresa que irá acompanhar as obras. Em levantamento realizado pelo grupo de entidades de classe, as obras beneficiariam diretamente 36 municípios e mais de 1,8 milhão de pessoas. Os números apontam ainda que pela rodovia passam, anualmente, mais de R$ 69 milhões em exportações. Ainda, segundo o documento elaborado, as obras teriam um custo aproximado de R$ 20 milhões. “Estamos trabalhando com as CICs de Novo Hamburgo e Portão, para termos o prolongamento da BR-448. São cerca de 18 quilômetros que ligariam a Rodovia do Parque até a ERS-240, em Portão”, afirma.
Na segunda-feira, 6 de agosto, o grupo se reúne para uma reunião, liderada pelo deputado estadual Lucas Redecker (PSDB), que encabeça a frente do processo. “O objetivo desse ano é desenvolvermos o projeto, para que em 2019 ele entre no orçamento do Governo Federal e, a partir de 2020, poderemos ter algum recurso para o início das obras”, ressalta Gialdi. Conforme o líder, em virtude das futuras construções, terrenos que ficam às margens da ERS-240, em Portão já estão sendo desocupados.
A extensão da BR-448 não é importante apenas para minimizar os engarrafamentos diários da BR-116, especialmente entre Esteio e Novo Hamburgo, mas também, porque a rodovia encurtará o acesso à Grande Porto Alegre para quem vem da Serra, Vale do Caí e Vale do Paranhana.
Obras na BR-470
Conforme Gialdi, ainda em agosto, dia 16, ocorre a assinatura de um termo de autorização das obras para o asfaltamento de cerca de 45 quilômetros da BR-470, que irão reduzir a viagem de quem sai da Serra Gaúcha e vai para o centro do país, além de oferecer alternativas de trajetos. “Hoje, se quisermos ir para Santa Catarina ou Paraná, precisamos nos deslocar por Caixas do Sul. Com essa rota alternativa, conseguiremos maior capacidade de fluxo no trânsito”, explica. “Somos uma entidade formada por 14 municípios da região que trabalha com muito empenho para conquistar nossas reivindicações. Exemplo disso, é a confirmação de que a pavimentação asfáltica do trecho que liga o município de André da Rocha à Lagoa Vermelha deva sair do papel muito em breve”, afirma.
Conforme Gialdi, outra reivindicação regional que a CISSERRA encabeça é a duplicação da BR-470, entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa. Segundo ele, é um projeto que se busca através de etapas que deverão ser conquistadas. “Primeiro tivemos a federalização da rodovia, em seguida, a conclusão do asfaltamento e a terceira é a duplicação para trazer tranquilidade e segurança entre as cidades do entorno. São desafios que a gente busca estar presente”, explica.
Crise econômica
Vivendo desde 2014 uma forte crise econômica, resultado de um conjunto de fatores como a pioria das condições internacionais, esgotamento do modelo de crescimento puxado pela demanda através da ampliação do endividamento das famílias e das empresas e a incapacidade de implantar a necessária agenda de ajustes econômicos, Gialdi diz que apesar de Bento Gonçalves ter uma economia pujante e desenvolvida, as indústrias sofreram bastante com o processo de crise. Ele aponta que graças ao bom planejamento, diversas empresas conseguiram se manter no mercado. “Eu vejo que a característica do nosso povo é planejar muito bem os passos e, em função disso, as dificuldades foram superadas de maneira mais tranquila. A economia está se encaminhando para um bom sinal, apesar de que a preocupação sobre o futuro político do país causa uma instabilidade muito grande”, revela.
Entraves para o crescimento econômico
Gialdi aponta também que a burocratização de processos e o engessamento das leis brasileiras afetam o desenvolvimento do país. Ele cita como exemplo a ampliação do espaço físico de um empreendimento, onde são necessários o cumprimento de uma série de etapas e documentações para prosseguir com a obra. “Desburocratizar é importante, pois as obrigações que os empresários precisam que cumprir para investir acabam sendo onerosas e demoradas”, afirma.
Outro ponto destacado por ele é a alta carga tributária que é paga. Gialdi defende uma redução de impostos. “Se o empresariado não gastasse tanto com impostos, a economia melhoraria, pois, esse valor seria colocado em investimentos locais. Então, o fluxo iria girar muito melhor se todos tivessem mais recursos e menos impostos”, acredita. “Pleiteamos pouco a redução de tributos. Precisamos falar mais. O governo precisa diminuir suas despesas, gastar menos, para que não pese no bolso do trabalhador”, ressalta.
Processo político em Bento
Para o presidente do CIC-BG, o processo eleitoral de 2018 é um momento extremamente importante para o Brasil e para o destino da população. Ele ressalta a necessidade em escolher bem, analisando seriamente a história de cada candidato e, especialmente, não votando em candidatos que respondam a processos judiciais ou que tenham contas a ajustar com a Justiça. Questionado sobre as candidaturas de bento-gonçalvenses, Gialdi é enfático ao dizer que a comunidade precisa votar em pessoas que tenham capacidade e possam alcançar expressiva votação. “Não podemos votar em alguém que não tenha força, não é conhecido. Quando temos um bom produto, conseguimos vendê-lo facilmente. E na política é a mesma coisa. Precisamos de uma pessoa que nos represente bem. Só assim conseguiremos alcançar nosso êxito em termos um deputado estadual e um federal”, acredita.
O líder empresarial afirma que o eleitor bento-gonçalvense está mais consciente da importância em participar do processo. “Há uma mobilização mais envolvente para que consigamos eleger os nossos representantes. Vamos aguardar o pleito iniciar, as campanhas se desenvolverem para podermos apoiar realmente, candidaturas que tenham viabilidade e possam ser exitosas”, revela. “A população quer mudanças na forma em se fazer política, um candidato que tenha um propósito político mais moderno. As eleições irão nos mostrar algo muito positivo. A população está muito cansada e esse cansaço pode se tornar em algo viável na escolha de novos representantes que não tenham tantos vícios”, espera.