A abertura oficial do Vitis Aurora 2025 aconteceu nesta terça-feira, 13, em Pinto Bandeira, e marcou o início de três dias de intensas atividades voltadas ao fortalecimento da cadeia produtiva da uva e do vinho
Realizado pela Cooperativa Vinícola Aurora, o evento, que chega à sua sétima edição, destaca-se como uma feira de negócios, inovação e sustentabilidade, e agora também como símbolo de resiliência frente às adversidades climáticas que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024.
Adiada no ano passado devido à maior tragédia climática da história do estado, a feira retorna com fôlego renovado. Mais de 90 expositores participam da programação, que inclui apresentação de máquinas agrícolas, fornecedores de insumos, tecnologias, soluções sustentáveis, empresas de energia solar, revendas de veículos e instituições bancárias com linhas de financiamento voltadas ao setor rural.
Durante a cerimônia de abertura, o presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Vinícola Aurora, Renê Tonello, destacou a evolução do Vitis desde sua criação. “Esta feira começou como um espaço interno da cooperativa, mas, ao longo do tempo, percebemos que ela deveria ser aberta à comunidade. Hoje, temos aqui representantes de várias regiões e nos orgulhamos de dizer que o Vitis não é mais um evento apenas municipal, é estadual”, afirma.

Tonello também fez um paralelo entre o espírito cooperativista e a capacidade de reconstrução após desastres. “Depois de tudo o que vivemos, ficamos mais de 30 dias fora de casa, mas a natureza ensina. Assim como as formigas refazem seu ninho, nós também nos reerguemos. Estamos muito felizes por receber todos vocês neste espaço que é, sem dúvida, um dos melhores da cooperativa”, pontua.
O gerente agrícola da Aurora, Maurício Bonafé, ressaltou o papel da feira na difusão de conhecimento e na preparação dos viticultores para o futuro. “O Vitis existe para entregar informação de qualidade, aplicável à vida dos produtores. Um exemplo prático é a colheita mecânica, tecnologia que já está presente aqui e que exige adaptações no campo. Estamos demonstrando como o viticultor pode se preparar para isso. Não basta comprar a máquina; é preciso adaptar os vinhedos”, explica.
Segundo Bonafé, o Centro Técnico de Viticultura, onde ocorre a feira, é mais do que um palco para expositores, é um laboratório vivo. “Aqui é onde fazemos pesquisa, testamos soluções e levamos inovação de forma assertiva ao produtor, ao associado e à comunidade”, diz.
Presente no evento, o presidente da Emater-RS, Luciano Schwerz, enfatizou a importância de feiras como o Vitis na reconstrução da agricultura gaúcha. “Mesmo com o adiamento por causa da catástrofe climática, o retorno dessas feiras é essencial. É aqui que vemos os agricultores se reerguendo, buscando informação, tecnologia e motivação para continuar produzindo o alimento sagrado que chega à nossa mesa”, destaca.
A programação do Vitis Aurora 2025 segue até quinta-feira, 15 de maio, e está aberta ao público. Além da exposição de tecnologias e soluções para o setor vitivinícola, o evento conta com rodadas de negócios, oficinas, palestras e visitas guiadas. O espaço, localizado nos Altos de Pinto Bandeira, também celebra a conquista da Denominação de Origem, que reforça a importância da região no cenário vitivinícola nacional.
Mais do que uma vitrine de inovação, o Vitis Aurora 2025 reafirma o espírito de cooperação, aprendizado e resistência da agricultura familiar e da vitivinicultura gaúcha.