Levantamento da Cipave aponta redução de casos em Bento Gonçalves e no Estado, mas ainda gera preocupação

A Secretaria Estadual de Educação divulgou nesta semana, o relatório do primeiro semestre de 2018, das instituições participantes das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipaves). Tanto no cenário de Bento Gonçalves como no Estado, os números apresentam diminuição em sua maioria no que tange a violência, mas mesmo assim se mantém a preocupação, já que ainda há relatos diagnosticados nas pesquisas.

Ao todo, 70 instituições locais participaram do levantamento. Nele, a violência está em gradativa queda tendo como base os dados de três quesitos: agressão verbal e agressão física dirigida para professores, direção e funcionários, e violência física entre alunos. Nas ofensas verbais, nos primeiros seis meses do ano passado, foram relatados 158 casos, contra 104 no fim do ano e agora, em 2018, a pesquisa recente apontou 95. No contato físico contra professores, funcionários e direção, o cenário de Bento Gonçalves manteve dois casos divulgados. Em comparação ao mesmo período de 2017, houve queda, quando foram cinco relatos.

Para a assessora pedagógica da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Vanise Marconi, as ações desenvolvidas pelas Cipaves e uma nova metodologia nas escolas, resultou nessa melhora. “As instituições de ensino em Bento Gonçalves estão com uma pessoa preparada dentro do trabalho e normativas da Cipave. São realizadas ciclos de construção de paz, com uma linguagem de empatia e amor. É uma nova metodologia que está apresentando esses resultados satisfatórios a cada divulgação dos dados”, ressalta.

A agressão física entre alunos também apresenta melhora. De acordo com os últimos três levantamentos, a queda vem de 191 para 159 e 99, neste último semestre. Conforme Vanise, isso também passa por um novo modelo de abordar esse tema. “Com as escolas sabendo prevenir, mediar e gerir esses conflitos internos, os resultados estão melhorando. O método utilizado por anos, de apenas punir, não estava mais dando certo, pois havia novas incidências”, diz.
Apesar da diminuição dos índices, a violência nas escolas ainda preocupa a assessora pedagógica da 16ª CRE. “Zerar esses índices de violência, sabemos que é uma tarefa complicada, mas com mais ações que estarão sendo desenvolvidas até o final do ano letivo das nossas escolas, esperamos diminuir ainda mais esses números”, revela.

O secretário de Educação do Estado, Ronald Krummenauer, comentou os números. da Cipave. “O trabalho desenvolvido pela Cipave já colhe frutos e está mudando para melhor a realidade das escolas gaúchas”, elogia. Ainda segundo o secretário, o trabalho seguirá intenso para buscar diminuir os números. “O governo do Estado tem trabalhado intensamente as parcerias com as mais diversas organizações da sociedade, e a área da Educação tem sido beneficiada”, disse.

Parceria com o MP é destaque

Além do trabalho de orientações junto às escolas, um dos motivos para a diminuição dos incidentes violentos nas instituições do munícipio se deve a formação em Justiça Restaurativa e círculos de construção de paz, que tem a parceria da Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social, 16ª Coordenadoria Regional de Educação, as quais recebem orientações do Ministério Público.
O projeto é desenvolvido em toda a região da Serra Gaúcha e coordenado pelo Promotor de Justiça de Bento Gonçalves, Élcio Resmini Meneses.

Números do Estado

No âmbito geral, os casos de violência nas escolas gaúchas também tiveram uma redução, segundo a Secretaria de Educação. Foram 19.590 nos primeiros seis meses deste ano, em relação aos 23.870 do mesmo período do ano passado, queda de 18%.
Dentre os casos com maior número está a violência física entre os alunos com 3.027, seguido por agressões verbais 2.321 e agressões físicas a professores, funcionários e direção, com 137.