Objetivo é prestar auxilio discreto e sigiloso para mulheres em situação de vulnerabilidade
As mulheres do Rio Grande do Sul ganharam mais um ponto de apoio para denúncias contra violência doméstica. Desde segunda-feira, 25, todos os mais de 700 cartórios do Estado integram a campanha Sinal Vermelho, que tem a finalidade de incentivar e facilitar denúncias de qualquer tipo de abuso doméstico. Por meio de um “X” desenhado na palma da mão, as vítimas poderão, de maneira discreta, sinalizar a situação ao colaborador, que deverá acionar a Polícia.
Em Bento Gonçalves, o Tabelionato de Notas Damo, já integra a nova ação. Porém, por ainda ser recente, os colabores estão se preparando para dar o melhor atendimento possível às vítimas. “A Anoreg está encarregada dessa divulgação, inclusive, temos até pelas redes sociais o auxílio, com cartilhas, cartazes, vídeos para o preparo dos funcionários para poder oferecer esse auxílio para a mulher”, afirma aTabeliã substituta, Marlouve Andrea Putton Ferronato.
Contudo, de acordo com ela, o apoio já está em vigor. “Se acontecer aqui conosco, vamos acionar as autoridades para poder fazer a denúncia contra a violência. Acredito que é mais uma questão de preparo dos funcionários para poder lidar com essa situação delicada, até para ajudar, mas os cartórios estão preparados sim para auxiliar a população”, enfatiza.
Na prática
A ideia é que a mulher desenhe um “X” vermelho na palma da mão, que pode ser mostrado no Cartório. Quando a vítima apresentar o sinal, o atendente deve ligar para o número 190 e acionar a polícia.
Em seguida, se possível, conduzi-la até um espaço reservado pelo próprio Cartório, que pode ser uma sala de atendimento, para aguarda a chegada do órgão.
Caso a vítima não possa esperar a chegada da polícia, o colaborador deve anotar o nome, documento de identidade, CPF, endereço e telefone, para que todas as informações sejam repassadas à agentes de segurança.
Ação nacional
Coordenada no Estado pela Associação dos Notários e Registradores do Estado do Rio Grande do Sul (Anoreg/RS) a ação funciona no âmbito nacional. Para a campanha, a instituição preparou diversos materiais para as unidades de todo Estado, com vídeos, cartilhas e cartazes, para preparar os colaboradores no auxílio às vítimas de violência.
Em números
O Brasil ocupa a 5° posição no ranking global de assassinatos de mulheres, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos (ACNUDH). Essa taxa só é maior em El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.