Clacir Rasador

Quando um atleta inicia uma maratona, sabe que está diante de um desafio de 42Km e 195 metros. Contudo, sabe igualmente que a última passada depende do quanto se preparou para dar o primeiro passo e assim sustentá-lo durante todo o percurso.

De comum entre ele e os demais corredores há somente a mesma medida de tempo que representa a todos um segundo, um minuto, uma hora…

A diferença está no aproveitamento de cada milésimo de segundo que não volta mais.

Por mais extenuante que possa parecer uma maratona – e, acreditem, já fui maratonista amador – e põe amador nisso –, mas fui e sei que o treino possibilita ao corredor saber dos seus limites e do ritmo para chegar ao final.

Na vida não temos treino, nem sabemos se o ritmo está adequado, e sequer temos a certeza de nosso tempo, o que entendo seja uma grande dádiva; porém, o problema é pensar que essa maratona nunca terá fim e que as regras somos nós que determinamos, ou, ainda pior, que somos senhores de nosso tempo.

Numa maratona, mesmo estropiados pelo cansaço, quando se avista a placa de 40 km, a tendência é dar o que é chamado de ‘sprint’ final, ou seja, tira-se energia da alma para conseguir alcançar sua melhor marca, o seu melhor legado.

Nesses tempos difíceis, e sem o intuito de ser alarmista, mas realista, onde, de uma hora, de um dia para outro, a maratona da vida pode terminar, questionarmo-nos quanto à nossa melhor marca, nosso maior legado hoje – lembremo-nos: não há placa, não há sinalização para o ‘sprint’ final – nos convida a um momento de reflexão para grandes mudanças.

A propósito, qual seria nosso maior legado?

Creio seja o perfume de nossa alma – considere no mínimo francês – por aquilo que seremos lembrados na eternidade, retratado de certa forma com muita beleza e sentimento no desenho animado da Disney VIVA – A vida é uma festa – não há como segurar as lágrimas, de preferência ser visto juntinhos, em família.

Enfim, enquanto caminharmos de mãos dadas com o tempo, será ele nosso maior presente, é a vida que se renova a cada sopro – que traz consigo o DNA como herança de quem nos precede – façamos então por merecer cada passada em direção ao futuro. Construamos hoje, agora, nosso melhor legado. Será ele a medalha da chegada que ficará sempre guardada no peito de quem amamos quando partirmos.

E agindo assim, quem sabe, o Senhor do ontem, do hoje e de todo sempre atrase o relógio, entendendo que mereçamos mais tempo…enquanto isso, aproveitemos agora o seu presente!
Saúde!

Vamos em frente!