O levantamento sobre a venda de veículos no mês de janeiro passado apresentou queda acentuada, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os números, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) é o pior registrado para o mês nos últimos 17 anos. Segundo o balanço divulgado na quarta-feira, 2 de fevereiro, no mês passado foram 126,5 mil unidades licenciadas no país, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.

O último ano em que os números atingiram tão baixos níveis foi em 2005, quando em janeiro daquele ano foram cerca de 110 mil veículos registrados. De acordo com a Fenabrave, a queda em relação a igual período do ano passado foi de 26,1%. Frente a dezembro, quando o mercado deu sinais de reação com o melhor volume de 2021, o tombo foi ainda maior: 38,9%.

Avaliando a situação, o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., elencou alguns fatores que foram cruciais para a situação: a alta dos juros e a menor disponibilidade de renda, em decorrência do aumento da inflação, são alguns dos motivos que forçaram a diminuição das vendas no mês passado. O descontrole da pandemia de coronavírus, provocado pela variante Ômicron também ajudou a diminuir o movimento nas concessionárias. “Incertezas sobre a economia e as altas nas taxas de juros, com maior seletividade para a oferta de crédito, afetam as condições de financiamento”, disse.

A expectativa para este ano é de que haja um crescimento de 4,6% nos registros de veículos. Para isso se concretizar, a entidade adianta que seriam necessários, mensalmente, o emplacamento de 180 mil unidades. Pelo último histórico, apenas no mês de dezembro ocorreu tal feito. Antes disso, os índices sempre ficaram abaixo.

Conforme o levantamento da Fenabrave, em janeiro o segmento de carros e utilitários leves apresentou queda de 28,3%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já as vendas de caminhões apresentaram elevação de 17,3%, o equivalente a 8,5 unidades registradas. O balanço da Fenabrave mostra ainda alta de 3,3% das vendas de ônibus em relação ao mesmo período do ano passado.

Foto: Reuters/Roosevelt Cassio