Durante três edições, nosso jornal esclareceu de forma direta e objetiva os problemas envolvendo os 12 produtores do Vale dos Vinhedos. Havia um impasse em relação ao recebimento das uvas produzidas nos parreirais, sob a alegação da falta de qualidade. Foram momentos de preocupação e até desespero por parte da classe produtora. O impacto econômico na vida destas famílias seria algo nunca visto em nossa região anteriormente.
Felizmente, o bom senso prevaleceu e um entendimento foi possível. A notícia de que as vinícolas receberão as uvas destes produtores é motivo de comemoração, mas também serve de alerta. Sempre é bom repetir que os produtores precisam se organizar e fazer com que a cultura vitivinícola seja encarada de uma outra forma.
Os tempos são outros e as exigências também. É preciso, mais do que cuidado para conseguir um bom preço pelo produto. Principalmente quando se fala na região do Vale dos Vinhedos, que possui a Denominação de Origem (DO) em toda a sua extensão. É preciso que esse selo de qualidade seja valorizado também pelos produtores.
Com o recuo estratégico das vinícolas e o aceite da produção, eles terão, no mínimo, mais um ano para se adequar as exigências propostas pelas empresas. O voto de confiança foi dado, agora é preciso arregaçar as mangas e entrar na linha. O futuro da produção de uvas na região depende do aprimoramento das maneiras de cultivo realizadas pelos nossos agricultores.
Caso contrário, Bento Gonçalves perderá ainda mais terreno para municípios do nordeste brasileiro e também das regiões Central, como Encruzilhada do Sul, e da Campanha, como Santana do Livramento. Vamos retomar as rédeas do crescimento para não sermos ultrapassados.