“El vin zê bon, lé un bel bicher, le méio la serva che un cavalet..” Foi aí que paramos da última vez… “Última”, não, que a vida continua, e tudo vale a pena, se a adega não for pequena. Bom, chega de paródias! Vamos às vias de fato…

Em nova reunião do G6 (Grupo dos Seis ponto… alguns), repetem-se os brindes no calor da amizade. Já no estágio três… (Peço licença para abrir um parêntese a fim de lembrar quais são os estágios vivenciados pelas criaturas diante da perspectiva de chamamento do Criador, obviamente adaptadas ao quadro. O primeiro é a negação: “Esta é a última taça!”. O segundo é a raiva: “Dane-se, enche o copo!”. O terceiro, a barganha: “Daqui em diante, prometo que só vou tomar vinho com guaraná!”. O quarto, a depressão: “Gente, acabou-se!”, e o quinto, a aceitação: “Pessoal, já vou indo…”). Retomando: Falei acima que a turma se encontra no terceiro estágio. Pois é! Nesta fase, a pluralidade de temas, opiniões, conselhos, receitas, desabafos… é fatal. Ninguém mais segura a língua, parcialmente grogue:

-Por que tu não te aposenta? Aproveita, vai viajar enquanto o asiático te permite. Vai conhecer as piranhas do Egídio!

A última frase, dita com ênfase, chega até o outro lado do aposento. Alguém da ala X, sempre com a antena em forma de Y, não se aguenta:

– Hein, o cara é casado?

– Quem?

– O galinha, o tal de Egídio… o das piranhas…

Gargalhada geral. Os temas pululam… e pulam das pirâmides do Egito ao Rock in Rio:

– Hoje é dia do Heavy Metal – anuncia um fulano metido a roqueiro.

– É mesmo? O Djigui Djegue vai se apresentar?

Diante da interrogação da turma, o cara reclama:

– Qual é, gente! Vocês não se lembram do Djigue Djegue, o magrão da banda inglesa que teve um filho com a… a… a comprida da TV…

– Aquele do “Tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá”…? – pergunta o filósofo.

– De que “Tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá” tu tá falando?

– Da metralhadora, cacete!

Uma voz feminina salva a Pátria, cantando “Era um garoto/ que como eu/ amava os Beatles e os Rolling Stones…”. Depois, desfaz a confusão do marido, que misturou “Engenheiros do Havaí” com “Mick Jagger”.

– Ok, ok! Mas qual é mesmo o nome da moça do Programa de Televisão?

– Luciane Hoepers! – responde prontamente um fulano do grupo, que entendeu a “moça de programa de corrupção”.

Uma voz feminina se inflama:

– Pra isso vocês têm memória!

– Principalmente visual! – desafia o “adversário” – a loiraça tem uma tatuagem de aranha, bem pequenininha, logo acima da virilha…

– E de um dragão enorme no bumbum… – complementa outro “jogador” da mesma equipe.

– Vocês, homens, são que nem fósforos! É só ver um par de peitos siliconados, uma bunda arrebitada e uma carinha de anjo, que logo se acendem e perdem a cabeça. Babacas! – ajuíza o comentário a dona da festa, com uma pontinha de ressentimento, o que indica mudança de estágio.

Todos se levantam. Daqui a pouco, eles estarão sonhando que são prefeitos, e elas, que são musas do crime…