Paulo Maluf é dono da Eucatex, empresa que é, ou era, uma das maiores fornecedoras de matéria-prima da indústria moveleira. Há anos atrás ele foi homenageado pela Movelsul/FIMMA com um jantar no CTG Laço Velho, presença de cerca de 600 pessoas. Na oportunidade Maluf sorteou um automóvel aos presentes. Lembro de ter ouvido do ex-prefeito Darcy Pozza que “eu não faço muita questão de prestigiar a presença pois ele é ficha suja (termo usado atualmente) mas tenho que dar uma atenção”. O jantar até se justificava pois Maluf era detentor de monopólio e com monopólio parece bom se lidar assim, com atenções especiais em busca de concessões de benefícios. Maluf teve várias condenações, por superfaturamento em obras quando era prefeito de São Paulo. Algumas transitaram em julgado e o governo brasileiro ainda está em busca de repatriar o dinheiro de Maluf depositado em paraísos fiscais. Desafiando a Lei da Ficha Limpa Maluf é candidato a Deputado Federal em São Paulo e disse que não vai retirar a candidatura, “o povo vai me julgar” chegou a dizer, não reconhecendo os efeitos da Lei da Ficha Limpa pela qual políticos e/ou pessoas condenadas não podem concorrer a cargos eletivos. Maluf, que é uma espécie de nosso Berlusconi, tem a língua afiada e solta. Depois de dizer que no viaduto que ele construiu, não cai uma gota de água de infiltração, disparou: “tenho a ficha mais limpa de São Paulo”. Bem, se diante de toda a roubalheira que existe nesse país Maluf se diz de ficha limpa, São Paulo vai Malufar? Como diria o Bóris “isto é uma vergonha”.