Primeira coisa que imaginamos quando somos crianças é nos formarmos, construirmos uma família, ter um bom emprego que nos dê um salário digno para conseguirmos crescer na vida. Na verdade, esse foi um esteriótipo criado por nossos avós, ou até mesmos nossos pais, para que não passássemos trabalho, como um dia aconteceu com eles. Mas que preço pagamos para ter uma rotina conturbada? O mineiro Eduardo Escobar garante que é muito alto. Depois de olhar para os lados e perceber que sua vida não fazia mais sentido, pois não tinha mais tempo para família, amigos, vida social e até mesmo para praticar exercícios ou ver suas séries preferidas. Foi quando manuseava três telefones ao mesmo tempo e disse para sua mãe pela terceira vez que não poderia falar com ela, que decidiu mudar a sua vida e toda sua concepção sobre felicidade.

Ficou pensando em o que poderia fazê-lo largar tudo e fugir pelo mundo. E sabe o que era? A fotografia. Uma câmera na mão, um companheiro chamado Lie e um carro, era tudo que Escobar precisava para vir até o Rio Grande do Sul e iniciar o sonho: O Brasil que Poucos Conhecem.

O projeto é uma expedição fotográfica por todo país, uma viagem de mais de 200 mil km que será realizada em seis anos. Atualmente o mineiro está em Bento Gonçalves há um mês, percorrendo cidades da Serra Gaúcha e buscando suas belezas para fotografá-las.

Segundo Escobar, este será o maior acervo de paisagens e beleza turísticas brasileiras já realizado por um fotógrafo brasileiro. Serão mais de 5 mil fotos e 350 cidades registradas. “Hoje consigo perceber que a felicidade é isso, estar rodeado de belas paisagens, do meu cãozinho Lie e de uma vontade imensa de desbravar esse Brasil que é tão grande e tão cheio de coisas bonitas, que vou ir descobrindo ao longo desse meu percurso”, enfatiza o fotógrafo.

O frio não desanimou o mineiro, que morou boa parte da vida em locais de clima quente. “Muita gente me dizia que eu deveria vir pro Sul somente em dezembro. Realmente as baixas temperaturas só são legais quando se é turista e fica no local uma semana. Ainda sofro, principalmente para acordar. Mas hoje sinto que tenho motivação para levar todos os dias e seguir em frente, sou muito mais feliz agora e quero incentivar as pessoas a terem a mesma coragem que tive”, finaliza.

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