No dia do Colono, Motorista e da Agricultura Familiar, uma homenagem a quem
planta, colhe e transporta as riquezas do país

Não importa o clima, a temperatura, nem as dificuldades enfrentadas: tudo isso é superado com muito amor e dedicação por quem planta, colhe e transporta as riquezas do país. No 25 de julho, celebra-se o dia do Colono, do Motorista, além do dia internacional da Agricultura Familiar, profissões consideradas importantes para o desenvolvimento da cadeia produtiva brasileira. O esforço diário deles possibilita que os alimentos e muitos outros itens cheguem às mesas de milhares de pessoas.

Flavio Jonhoson Schirmer

Vindo de uma pequena cidade do interior do estado, Schirmer sempre teve o desejo de ser caminhoneiro. “Aprendi a trabalhar desde cedo, passei por muitas coisas, mas foi em 2004 que tive a oportunidade de ingressar na profissão. Nesses 17 anos de estrada, passei por muitas coisas, mas hoje me sinto muito feliz e realizado na Anderle Tranportes, que me traz uma luz e orgulho de fazer parte desse grupo onde realizei e realizo meus sonhos”, considera.
A rotina não é fácil, mas tudo é aprendizado. “Na estrada aprendemos a fazer café, almoço, janta e também a lavar roupas. A cabine do caminhão é a nossa casa, nossa vida, por isso temos que manter a qualidade e a limpeza sempre”, enfatiza. Ele também diz ter muito orgulho de todas as conquistas que obteve. “A humildade da profissão me inspira e foi com isso que conquistei uma linda família, que amo muito, além de outras coisas. Levo uma vida legal e sou feliz”, conclui.

Antônio Rogério Dias

Há mais de 30 anos, Antônio Rogério Dias passa os dias na estrada. “Meu sonho sempre foi ser motorista de caminhão e tudo que conquistei e construí até hoje foi por conta do trabalho”, revela. Prestes a completar 53 anos, ele, que desde 2009 atua na Anderle Transportes, recebe o carinho dos familiares para seguir na profissão. “Tenho o apoio da esposa e das minhas filhas, tanto que a mais velha queria ser motorista, mas seguiu outro caminho”, enfatiza.
Dias comenta que ama o que faz. “É uma profissão que amo de coração. Graças a Deus estou trabalhando com saúde e prestando serviço para a empresa, carregando riquezas. Sem o colono não existe o transporte e sem o transporte não existe abastecimento”, comenta. Ele diz que apesar das dificuldades, nunca pensou em desistir. “A gente enfrenta a chuva, o frio, mas devagar sempre chegamos ao destino final. Quero desejar tudo de melhor aos colegas nesta data”, finaliza.

Da terra, o sustento de milhares de famílias

Quem vê o alimento na mesa ou nas prateleiras dos supermercados, até imagina o trabalho árduo que foi feito para plantar e colher. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Cedenir Postal, as profissões contribuem para o desenvolvimento de toda a região. “Hoje, 70% do que é produzido e chega nas mesas dos brasileiros vem da agricultura familiar que, com pequenas áreas, conseguem produzir”, enfatiza.

Mãos que não param

Aos 82 anos, Aldo Vicente Carini, morador de Pinto Bandeira, com um sorriso no rosto, fala sobre a profissão. “Gosto e me sinto orgulhoso em trabalhar aqui”, celebra. Segundo ele, que atua com o filho, Sidnei, principalmente na produção de uvas e pêssego, muita coisa mudou no decorrer dos anos. “Antigamente se trabalhava só com culturas anuais, se plantava e colhia no mesmo ano. Agora, são praticamente só culturas permanentes, como a parreira. Além disso, tudo era manual. Hoje, temos todas as coisas que facilitam nosso dia a dia. Mas, o que falta, ainda, é os jovens permanecerem no campo”, pondera. Ele deseja, neste dia, algo que julga necessário para quem atua nesta profissão. “Desejo aos motoristas e colonos que sejam felizes e realizados na sua trajetória”, conclui.

Severino e Carlos Speranza

Há quase 40 anos, Severino Speranza, que hoje está acompanhado do filho, Carlos, comercializa seus produtos na feira. “Aprendi a lida com meus pais e irmãos. Hoje em dia produzimos uva e frutas cítricas, que também são comercializadas na feira, há quase 40 anos. Gosto do que faço, não trabalho mais tanto como antigamente, mas ainda ajudo e meu filho também auxilia”, revela. Speranza salienta que, apesar das dificuldades, ao longo dos anos, ainda falta mais valorização. “O preço da colônia está baixo. Acho que as pessoas deveriam valorizar bem mais o nosso trabalho, pois é de lá que vem o alimento das famílias”, conclui.

Valdir Fabrisio e Claci Locatelli

Uma rotina que começou desde criança e até hoje não parou. Valdir Fabrisio e Claci Locatelli vendem na feira a produção da linha orgânica da propriedade. “O forte é a uva e esse ano vou entrar no pêssego e ameixa. O pinhão, uma parte produzimos, e a outra compro em Vacaria”, conta. Apesar das dificuldades, ele se sente grato por atuar nessa profissão. “Antigamente a gente saía do interior, vinha para a cidade e, para o colono, era até chato. Hoje, vemos que está mais valorizado e melhor visto, então mudou bastante. Aqui, na feira, a gente se sente bem, vende o produto direto para o consumidor, tem esse contato mais próximo com a pessoa. Os clientes agradecem e voltam, porque gostam do que levam para casa”, revela.

Catarina e Lóris Beltran

Quem passa pela Feira do Produtor Rural pode encontrar a dona Catarina Beltran e o filho, Lóris. Aos 80 anos, esbanjando vitalidade, ela diz não perder nenhum dia de atividade. “Adoro, não falto um dia e fico doente se estou em casa. Gosto de tudo, das pessoas que vêm comprar, muitos deles dizem que se falta a nona, não tem feira”, sorri.
Catarina revela que desde pequena ajudava os pais nos afazeres do campo. “Sempre fui agricultora. Faço de tudo na roça: planto, colho, trabalho em coisas mais leves hoje em dia, mas antigamente pegava duro desde o início da manhã até de noite. Os homens trabalham mais com a parreira. Criei seis filhos morando na colônia. Não saio de jeito nenhum, tenho muito orgulho de tudo que construí com base na agricultura”, realça.