Vacina da UFMG contra a dependência de cocaína e crack foi votada por médicos de 17 países, superou outros 11 finalistas e garantiu premiação de 500 mil euros

Uma vacina brasileira contra a dependência de cocaína e crack, batizada de Calixcoca, foi vencedora de um prêmio concedido pelo setor farmacêutico na semana passada, garantindo 500 mil euros para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde o fármaco foi criado.

A Calixcoca induz o sistema imune a produzir anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea. Essa ligação transforma a droga em uma molécula grande, que não passa pela barreira hematoencefálica – isso, na prática, faz com que a vontade de consumir crack e cocaína diminua.

O projeto já passou por etapas pré-clínicas, que constataram a segurança e eficácia da substância, e também já foi testada com sucesso em animais. O próximo passo, ainda sem data para começar, é o ensaio clínico, com testes em humanos.

Até o momento, a Calixcoca é financiada pelos governos federal e de Minas Gerais e com verbas de emendas parlamentares, e sua continuidade depende de novos aportes de recursos.

Conforme o último Relatório Mundial sobre Drogas, publicado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, revela que, em 2021, mais de 296 milhões de pessoas usaram drogas em todo o planeta. E o número de pessoas que sofrem de transtornos associados ao uso de drogas foi estimado em 39,5 milhões.

Foto: UFMG / Divulgação