Diante de tudo o que se tem visto nos últimos tempos no Brasil, não seria lícito se esperar que as repercussões no mundo todo não fossem as piores possíveis. Vivemos um tempo em que a intolerância atingiu patamares altamente preocupantes, mas, textos como este, escritos por uma revista norte-americana que desfruta de prestígio mundial, merece muito mais do que reflexão por parte dos cidadãos que possuem um QI um pouco mais elevado que o de um chimpanzé. O jornal ZH de ontem, em seu editorial na página 32, reproduz a publicação da revista Forbes, textualmente, colocando na berlinda o resquício de seriedade que, eventualmente, ainda pudesse ter perante seus cidadãos e o mundo. Leia abaixo o texto da Forbes.

Que bonito para nós, né?

Está lá, na página 32 da ZH de ontem. A revista Forbes escreveu: “É apenas uma intuição. Os processos abertos pela justiça federal contra dúzias de políticos brasileiros nos numerosos escândalos da Petrobrás serão encerrados ou jamais solucionados assim que a presidente Dilma Rousseff for afastada. Políticos serão absolvidos pelos seus crimes. A mídia vai parar de resmungar e tagarelar contra a corrupção. Alguns editores e repórteres não saberão mais sobre o que tuitar. Dilma se foi. Não há mais corrupção. A Petrobrás e todos os políticos associados a ela estão livres em casa”. Um texto que traduz, exatamente, o que sentem os brasileiros não fanáticos por petralhas ou demotucanalhas, mas conscientes, que têm na honestidade, na ética e na moral os alicerces de suas vidas. Bonito para nossa cara um texto desses! A que ponto chegamos!

Falta de autocrítica?

A ausência de autocrítica é uma epidemia no Brasil de hoje. O que se vê por todos os lados, notadamente nas redes sociais, isso é escancarado. Pessoas que qualificam políticos de todos os partidos com as piores agressões chulas, de rua, de botecos de quinta categoria, são as primeiras a falar em “liberdade de expressão”. Vou repetir o que tenho escrito há mais de dois anos. Petralhas e demotucanalhas se confrontam sem olhar para o próprio rabo sujo, imundo. E se a pessoa não ataca com impropérios aqueles que esse tipo de gente abomina, imediatamente é qualificado como “petralha” ou “demotucanalha” (alguns preferem “coxinhas”). É impossível alguém ter opinião própria. Ela deve ser idêntica à dessa gente ou salve-se quem puder.

O que virá agora?

Essa intolerância toda, essa agressividade, essa falta de noção das pessoas, alimentada por uma imprensa podre, a serviço dos espúrios interesses dos “donos do Brasil”, nos levará a uma convulsão social. Os mesmos mais de cento e cinquenta setores da economia que foram beneficiados pelas desonerações tributárias; os mesmos que foram beneficiados pelas isenções e reduções tributárias, tudo provocando rombo nos cofres públicos e que agora reclamam da “situação econômica”, serão os que logo a seguir protestarão contra o retorno da imensa carga tributária da qual foram aliviados consideravelmente. E os mesmos políticos que agora bradam contra a corrupção, serão os mesmos que, impunes, seguirão roubando, só que, agora, sem a “isenta imprensa” na sua cola. Quem acha que agora está ruim, prepare-se, pois vai piorar.

Agora vai!

Bem, creio que agora vai, mesmo. Ontem consegui resistir trinta e dois minutos assistindo na TV os discursos da deputaiada. Depois, por estômago revoltado, decidi assistir a VT de jogo. Ouvir corruptos e ladrões “condenando a corrupção” é demais para qualquer estômago que não comungue com esse estado de coisas. Mas, parece claro que haverá o impedimento da presidente Dilma. O que isso significará? Sem dúvidas, será a abertura de um precedente (querer que haja semelhança entre o de Collor e de Dilma é, no mínimo, forçar a barra). A partir de então ficará óbvio que quando um prefeito, governador ou presidente for incompetente ou mentir em campanha e não cooptar a maioria no parlamento, impedimento nele! Ah, sim, e se alguém não detonar Dilma, é chamado de petista; se não detonar “os outros”, é qualificado como “coxinha”. Por enquanto, “eu só óleo”…