Menino nasceu com uma má formação, um tumor grudado na coluna e pouca sensibilidade nas pernas e nos pés

Luta: substantivo feminino que significa combate, disputa e briga. Tem sido assim durante este um ano e quatro meses de vida do menino Luiz Felipe Strada Rodrigues. Ele nasceu com uma má formação, um tumor que está grudado na medula em meio aos nervos comprometendo órgãos como, intestino, bexiga e rim. Outro problema enfrentado é a falta de sensibilidade nos pés, sendo que o direito não possui força e vem entortando gradativamente. Para corrigir estas imperfeições e ter uma “vida normal”, o menino terá que passar por, pelo menos, dois procedimentos cirúrgicos. Conforme a família, o custo clínico gira em torno de R$90 mil reais.

De acordo com a mãe, Elisete Strada, a família foi descobrir o problema enfrentado por ele quando o menino tinha cerca de 5 meses, ao fazer uma ressonância. Desde ali, começava a saga por especialistas buscando o melhor atendimento. “O pediatra nos encaminhou para uma neurologista, ela analisou e passou para um especialista em Porto Alegre, com quem tratamos até hoje”, disse.
Elisete relata que Luiz Felipe nasceu com o pé direito tortinho, mas a família não suspeitava que isso fosse decorrente de um problema maior. “A gente achou que não era nada. Não haviam nos dito o que se tratava. Começamos a tratar o pé, pois nasceu bem torto. foram três meses com gesso e depois botinha. Tudo lá em Porto Alegre”, relembra.

A mãe conta que o especialista, desde o início tem sido esclarecedor sobre a situação do filho, sendo honesto em cada diagnóstico. “Ele disse que esse tumor podia prejudicar a parte urinária, intestino. O pézinho torto que nós não sabíamos, era em função disso”, ressalta.

Menino nasceu com uma má formação, um tumor grudado na coluna e pouca sensibilidade nas pernas e nos pés. Foto: Lorenzo Franchi.

Sem dor, mas limitado

Dentro das suas limitações, o menino tem uma “vida normal”. Ativo, ele está sempre alerta para uma nova brincadeira. Durante o dia, Luiz frequenta a creche do bairro Recanto Alviazul, e no restante do tempo, fica em casa na companhia da avó, Euzerina, do irmão Fernando e da tia Noemari.
Segundo relato dos familiares, a criança não se queixa de dores, embora possua desconfortos. “Hoje ele tem problema de bexiga. Temos que dar remédio contínuo para prevenir de futuras infecções. Ele não pode pegar mais nenhuma contaminação. Para poder fazer cocô também temos que dar um pozinho natural para ele não sofrer tanto ao eliminar as fezes”, relata a mãe.

Ela ainda acrescenta que os pés voltaram a entortar. “Tudo piorou. Como o SUS está muito demorado, fomos, novamente, a Porto Alegre e nos encaminharam para fazer uma nova ressonância para o mês que vem”, disse.

Atualmente, por recomendação médica, o menino passa por sessões de fisioterapia semanalmente. A mãe conta que o ideal seriam três sessões, mas devido as corridas para a capital gaúcha ele só tem conseguido fazer uma, ao custo de R$65. Devido a idade e ao problema, a família não conseguiu auxilio com a prefeitura de Bento Gonçalves, embora eles recebam o medicamento, cefalexina, único usado pela criança para coibir infecções.

Além do tumor na medula e da pouca sensibilidade e força nas pernas, o menino descobriu nas últimas semanas um novo drama. O rim esquerdo está apresentando sinais de falência. Na sexta-feira, 27, ele passou por uma bateria de exames em Porto Alegre, para averiguar a real situação. A mãe está receosa para mais um procedimento.

Melhora passa por cirurgia

Ainda no ano passado, em julho, em uma das consultas da família na capital, o médico havia alertado para que a cirurgia na medula fosse feita o quanto antes. “Ele deu um prazo de 60 dias para a retirada do tumor, que está alojado em meio aos nervos”, relembra a mãe.

Ela disse que após o diagnóstico a família buscou outras avaliações. Conforme Elisete, além dos riscos à vida, os custos assustaram a todos. “Na época a gente também não ia conseguir todo esse dinheiro.
“Tentamos encaminhar pelo sus e fomos levando. Procurando médicos, seguindo com medicação, mas agora estamos todos apavorados”.

Em 2017, a família buscou atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS). Porém a demora e a falta de orientações fizeram com que eles voltassem a procurar o serviço privado. “Conversei com o doutor e falei que se o plano não cobrisse a carência, a gente ia ligar e ia encarar particular. Não podemos esperar. Agravou demais. Não esperava que fosse desse jeito. O plano negou e, na semana passada, liguei para o médico que ele poderia providencia tudo que nós vamos dar um jeito”, relata Elisete.

Agora a família se mobiliza para arrecada parte da quantia que deve cobrir os custos clínicos iniciais da cirurgia. Conforme a mãe, o valor estimado é de R$90 mil- custo informado em julho de 2017.

Conforme a mãe, o procedimento cirúrgico deveria ter sido feito em julho do ano passado. Foto: Lorenzo Franchi.

Ajuda para Luiz Felipe

Para arrecadar a quantia, a mãe tem tido auxílio de amigos que passaram a publicar nas redes sociais pedido de ajuda. Em um dos posts, mais de 200 pessoas já haviam compartilhado a mensagem. Segundo ela, em duas semanas, a causa já recebeu doações vindas de todas as regiões do país, que rendeu pouco mais de R$ 2 mil.

Com o objetivo de ajudar a família, a comunidade de Carlos Barbosa está promovendo um jantar, no dia 19 de maio. Toda a quantia arrecada será revertida para o menino. Além disso, a família conseguiu com algumas entidades doações de produtos para uma rifa, vendida a R$ 5 o número.

Elisete está otimista em conseguir o valor necessário, embora ela demonstre-se abalada com a situação. “Eu tento não pensar nisso, no problema dele. Eu tenho que ser forte. Sinto que já deveria ter feito alguma coisa. Vamos correr atrás. Tudo por ele”, enfatiza.

Sobre a rotina de Luiz Felipe ela conta que ele é muito esperto e brincalhão. “Ele usa a inteligência dele fora do normal. O Luiz pode ter os problemas, mas não desiste. Ele fica de joelhos, fica em pé, mesmo com os pezinhos tortos. Se puxa, querendo se erguer. Na mentalidade dele, ele sabe que já estaria andando, mas não consegue. Ele nunca se deixa abater, quer ser sempre estar brincando com as outras crianças”, destaca.

Elisete ressalta que para alavancar a campanha, deve ser criada nos próximos dias uma página em nome do menino.

Para doações em dinheiro

Caixa Econômica Federal
Favorecido: Luiz Felipe Strada Rodrigues
Conta: 00179225-0
Agencia: 0457
Operação: 013