Nos últimos anos, o ciclismo vem crescendo e ganhando novos adeptos. As pessoas buscam uma alternativa saudável de praticar uma atividade física e ao mesmo tempo econômica, por conta da locomoção. Só o Brasil comporta cerca de 40 milhões de bicicletas, segundo dados da Bicycle-Guider. Por isso, há um dia específico para lembrar deste meio de transporte de duas rodas: o Dia Mundial da Bicicleta celebrado hoje, 3 de junho. A data pretende celebrar a bicicleta como transporte, lazer, esporte e principalmente como ferramenta para o desenvolvimento sustentável.

Um dos praticantes do ciclismo há mais de 60 anos é Gelson Schenato. “No final dos anos 50 consegui, com extrema dificuldade, adquirir minha primeira bicicleta. Ela foi uma grande paixão na minha vida”, comenta.

Quando menor, Schenato há utilizava como meio de transporte para o levar ao trabalho. “Ela serviu como meio de transporte durante muitos anos, sob sol e chuva fui adquirindo um excelente condicionamento físico. Ela que me transportou duas ou três vezes ao dia, por mais ou menos uns quinze anos”, frisa.

Um pouco do passado

Schenato conquistou diversas medalhas na sua carreira

Com o passar dos anos, Schenato foi conquistando condicionamento físico. Por conta disso, iniciou sua jornada nas competições. “Em maio 1963 foi minha primeira, meu pontapé inicial na trajetória vitoriosa sobre as duas rodas. Foram anos de dedicação, esforços e sacrifícios. Hoje, conto com orgulho por todas as camisas que vesti, títulos que conquistei e amizades que construí”, diz.

O bom desempenho o levou a campeonatos em diversos países, sendo os principais disputados no Uruguai. “Participei de mais de quarenta competições no Uruguai e em uma Copa do Mundo na Áustria, em 92, representando o Clube Esportivo, que foi o meu principal clube por 17 anos”, expõe.

Schenato teve uma carreira longa e vitoriosa no meio, conquistando inúmeros premiações: foram 15 vezes o campeonato Gaúcho, dois Sul Brasileiros, um em Timbó e outro em Joinville, ambos em Santa Catarina; um Brasileiro Master; um Brasileiro 200 Milhas Internacional de São Paulo; Volta de Cascavel; Três Etapas das 200 milhas; Master no Uruguai; campeão da Volta de Curitiba; campeão da Volta de Rivera, Uruguai, além disputar uma Copa do Mundo na Áustria, em 1992.

Seu negócio

Além disso, ele é proprietário de uma das primeiras oficinas de bicicletas de Bento Gonçalves. Em 1977, o ciclista uniu o útil ao agradável e com muito trabalho e humildade, surgiu a Schenato Bicicletas. A empresa pedala para seus 46 anos, sendo a mais antiga loja de duas rodas da cidade.

Mesmo após se aposentar das competições, ele não larga mão da sua bicicleta. “Eu tenho 79 anos e ainda ando de bike três vezes por semana, fazendo cerca de 150 quilômetros. Até ela não me largar, não sei se vou parar”, comenta com orgulho.

Uma história de superação

Orlando Baú participa de provas nas estradas da Serra Gaúcha

Orlando Baú, que há quatro anos pratica o ciclismo de estrada, conheceu o esporte por meio de amigos. “Entrei no ciclismo de estrada por acaso. Estava sedentário com sobre peso. Aí fui em uma viagem para Santa Catarina e resolvi comprar minha bike por intermédio de uns amigos Naquele momento, resolvi fazer um desafio para mim mesmo: cada real investido na bicicleta era um quilômetro a ser feito” comenta.

O esportista já participou de muitas corridas, mas sempre tem uma que é mais marcante. “Um evento que me marcou muito foi o GFNY Bento Gonçalves do ano passado. Mais de 800 pessoas competiram e ali pude conhecer muita gente de todo o Brasil”, afirma.

O GFNY é um evento onde o ciclista deve percorrer um circuito de 140 quilômetros e os competidores passaram por cidades como Farroupilha, Carlos Barbosa e Garibaldi, percorrendo toda a extensão do famoso Vale dos Vinhedos, Caravaggio e finalizando no Fundaparque.

Baú carrega consigo um lema durante seus percursos. “Nós nunca devemos desistir. É um esporte difícil, mas o que vence no ciclismo é a mente. Isso faz nós treinarmos e conquistarmos coisas nunca imagináveis”, finaliza.

Dicas para quem quer iniciar

  1. Comece mesmo sem ter praticado nenhuma atividade física
  2. Tenha os acessórios adequados
  3. Prepare um “kit” sobrevivência
  4. Cuide da sua segurança durante a prática
  5. Escolha uma bicicleta apropriada
  6. Evite locais perigosos e desconhecidos
  7. Respeite sempre os seus limites
  8. Mantenha uma distância segura dos veículos
  9. Invista em roupas adequadas para ciclistas

Fotos: Lucas Beltran / Arquivo Pessoal