*Por Marcia Ferronato

Muitas são as reflexões que podem surgir a partir do tema turismo. Elegi dois temas para comentar. Sem a pretensão de ser unanimidade, este relato está baseado no meu olhar sobre esta matriz econômica que aprendi a amar.

Acredito que para ser verdadeiramente um negócio do turismo, há de se ter amor e entender as variáveis deste setor complexo, ao mesmo tempo sedutor, e que apresenta uma boa mobilidade na cadeia produtiva. Territórios e empreendedores devem investir por ser um bom negócio e compreender este importante setor econômico, não pode ser uma escolha por efeito manada, porque é moda. Benchmarking serve para abrir a mente, instigar a criatividade, observar e avaliar o que pode ser adaptado a sua realidade sempre com respeito à cultura local. Não é um copia e cola do que o vizinho faz. E valorizar e preservar a cultura local, sua história e a paisagem são essenciais para a sustentabilidade do turismo.

Os 2 tópicos para refletir: começo falando sobre respeito. O turismo acontece em Bento Gonçalves e região há muitos anos, com a contribuição efetiva de muitos. Chegamos a este momento, com acertos e erros, graças a feitos de lideranças e empreendedores que atuam no setor ao longo do tempo. Tem história, tem caminhada que deve ser respeitada. A sugestão é ouvir, pesquisar, compreender o setor. Assim tenho a certeza que vamos seguir avançando, evitando retrabalho, desperdício de investimentos e contribuindo para a harmonia das relações.

Outro ponto fundamental é a conexão. O turismo é uma atividade coletiva, depende da rede. O trade precisa estar conectado, se conhecer, indicar os parceiros (o que seria do parque se não existisse o hotel, o restaurante, o city tour, o passeio, a trilha, o transporte, o guia, o centro de informações, etc.). Penso ser perigoso empreender em carreira solo e ser imediatista. Atuar em rede de cooperação aumenta a competividade do negócio e destino turístico.

É emocionante quando presenciamos atitudes maduras. O trade turístico trocando experiências, informações, fortalecendo a rede. Compreendendo mercado, comportamento do consumidor, as facilidades tecnológicas, buscando alternativas coletivas para os desafios.

Nem tudo são flores, na atualidade temos “overtourism”, impactos ambientais, escassez de mão-de-obra e tantos outros desafios… O lema é avançar sem perder a essência, o respeito e conexões. O turismo pede coração, disponibilidade, empatia e por óbvio ser um negócio lucrativo.

Segundo o Ministério do Turismo, o setor criou mais de 214 mil novas vagas de emprego no país em 2023, portanto um negócio sério e promissor. Cientes da importância desta matriz econômica e pelo olhar sistêmico o movimento Bento+20 através dos membros da Câmara de Turismo e Cultura mantém o propósito de defender este olhar respeitoso com a história e trade turístico. Conectando COMTUR, negócios, poder público e entidades afins. Fomentando a participação da comunidade e a construção coletiva. E juntos pensar e agir para o futuro da nossa Bento.

#bentopurainspiração

* Coordenadora da Câmara de Turismo e Cultura – Bento+20 – Diretora Executiva do SEGH Região Uva e Vinho