Sem dúvidas, nunca houve na história deste País tanto assunto para ser abordado, em todas as áreas. Seja no futebol, na política, na economia, na administração, nas artes, no trânsito, enfim, em qualquer setor há algo importante para ser comentado. Pelo recorde de mortes no trânsito desse final de semana – 26 perderam a vida – em acidentes, entendo que devo abordar isso. Quem, como eu, está utilizando rodovias com frequência sabe muito bem da falta de prudência que constatamos. Muitos motoristas pensam que com eles nada irá acontecer. Assim, rompem todas as barreiras do bom senso, das leis e da prudência. Ultrapassagens em locais indevidos; excesso de velocidade; “costuras” em pistas duplas por “pressa” em chegar ao destino ou, mesmo, para mostrar a potência do carro e, até mesmo, inexperiência (motoristas recebem a habilitação sem a menor noção do que é dirigir em rodovias), além de rodovias sem a devida sinalização horizontal e, também, com erros de engenharia que podem ser notados. Some-se tudo isso e teremos uma verdadeira chacina no trânsito, como neste final de semana. Mas, há, inclusive, o problema do trânsito urbano. A fiscalização nas cidades é precária. A falta de noção e respeito por parte de muitos motoristas, motociclistas, ciclistas, skatistas e, certamente, de PEDESTRES, colaboram decisivamente para o caos que se vê. Aqui, em Bento Gonçalves, temos seríssimos problemas com pedestres. Claro que os que estão com veículos têm maior responsabilidade – até prevista em lei -, mas, pelamordedeus, o descaso com que pedestres andam nas ruas é algo fantástico. Eles transferem toda a responsabilidade para os que estão em veículos. O “tô na minha” (artº 1º do Código de Trânsito Bento-Gonçalvense, o único válido por aqui) foi adotado até mesmo por pedestres. Atravessam ruas moda diabo, sem olhar para os lados, no local que bem entendem e, não raro, falando ao celular. Causa surpresa aos que não são de Bento quando digo que acontecem poucos atropelamentos por aqui. Segunda-feira um amigo de Porto Alegre chegou a comentar que se muitos deles andassem por lá como fazem aqui a população seriam reduzida diariamente. Nos cruzamentos de ruas onde há faixas de pedestres e sinaleiras muitos abusam, tripudiam com os motoristas. Se alguém precisa acessar garagem, passando sobre a calçada, bem, aí é um exercício de paciência enorme. A convivência entre veículos e pedestres é altamente conflituosa. Falta bom senso para ambas as partes. Há quem pensa que deveríamos ter campanhas permanentes de conscientização de todas as partes. Dinheiro para isso não faltaria, já que, por lei, o valor das multas deveria ter essa destinação. Resolveria? Não sei, mas deveríamos, pelo menos, tentar. A continuar assim teremos muitas mortes e acidentes a lamentar. Vejam vem: escrevi este artigo no dia 24 de outubro de 2012. O que, mesmo, pode ser alterado nele? Algo mudou? Pois é… Nem a cabeça dos políticos e das “autoridades competentes”.