Em uma das ferramentas digitais de abrangência nacional, há mais 35 mil autônomos cadastrados em mais de 400 especialidades

Com a crise financeira causada pela pandemia da Covid-19, muitos profissionais autônomos se depararam com a falta de oportunidades e tiveram que inovar para conquistar uma renda extra. O isolamento social propiciou que serviços online oferecessem melhorias e gratuidades em produtos quem está trabalhando em home office ou em quarentena. Como consequência, o segmento que tem crescido é o da oferta de prestação de terceirizados, por aplicativos.

Função de diarista lidera ranking de serviços mais solicitados. Foto: Reprodução

De acordo com uma ferramenta digital do mercado, Helpie, a função de diarista lidera o ranking de serviços mais solicitados, seguido por maridos de aluguel (profissional que resolve pequenos reparos e faz reformas), técnicos de informática, encanadores e eletricistas. Segundo o CEO (Diretor Executivo) da plataforma de abrangência nacional, Leandro Gotz, há mais de 35 mil “helpers” – como são chamados os profissionais autônomos cadastrados —, sendo a maioria das regiões Sul e Sudeste, que atuam em mais de 400 especialidades. “Garantimos ao profissional uma presença digital com um perfil web fortemente indexado pelo Google e também o torna elegível para receber pedidos. Para o consumidor, o app é gratuito e o pagamento do serviço é feito com base no valor orçado pelo profissional”, esclarece.

Domésticas sentem os efeitos da pandemia

Cristiane de Quadro Alves Cabral, 34 anos, é empregada doméstica há dois anos. Ela conta que no início do ano trabalhava na limpeza de dois escritórios. “Assim que as pessoas começaram a ter os sintomas do coronavírus, começou o fechamento das lojas, mercados, e foi aí que minha patroa decidiu que não queria mais meus serviços, porque a mãe dela já era idosa. Como era por dia, não tenho carteira assinada”, relata.

A mãe de três filhos acrescenta ainda que o momento foi difícil. “Meu esposo também estava sem emprego, passamos por necessidades, ainda mais com os filhos pequenos”, afirma. Atualmente, está desempregada. “Só posso trabalhar na parte da manhã, porque à tarde não tenho com quem deixar meus filhos menores. Está difícil achar quem queira meio turno”, lamenta.

De forma a preservar a identidade dos cadastrados nos aplicativos, Cristiane não é registrada nos serviços, mas comenta que acha interessante. “É uma ajuda para qualquer pessoa que está atrás de trabalho”, conclui.

Brasileiro gasta cerca de nove horas na internet

Amante das redes sociais, ultraconectado e cada vez menos dependente do computador para acessar a internet. Assim é o perfil do internauta brasileiro, que, entre outras tendências, segue o movimento global de usar os smartphones para navegar.

O Brasil é um dos campeões mundiais em tempo de permanência na rede: está em terceiro lugar, já que o internauta brasileiro fica, em média, nove horas e 14 minutos por dia conectado. O número, levantado pela Hootsuite e We Are Social, coloca o país atrás apenas de Tailândia (nove horas e 38 minutos) e Filipinas (nove horas e 24 minutos).

Pesquisa da Hootsuite e We Are Social sobre o tempo gasto com mídias. Imagem: Reprodução

Dados de um levantamento do Comitê Gestor da Internet no Brasil, divulgados em julho de 2018, apontam que 49% dos internautas brasileiros usam apenas o telefone celular para acessar a rede. Foi a primeira vez que um estudo apontou esta alternativa como a mais frequente forma de se conectar no país – usuários que combinam acessos por computador e celular somam 47%.

O modo de acesso exclusivo pelo smartphone é ainda mais rotineiro nas classes D e E. Nas classes A e B, em geral, há diferentes dispositivos em que o usuário se conecta. Outro fator que impacta as estatísticas é a qualidade do sinal: moradores de áreas rurais e das regiões Norte e Nordeste, onde nem sempre há estrutura para internet a cabo, estão entre os grupos que mais acessam à internet apenas pelo celular.

Mesmo que o aparelho reduza o problema, ainda há muita gente sem web no Brasil. A falta de conexão atinge principalmente quem tem mais dificuldades financeiras – enquanto 99% das residências das classes A e B têm internet, o número cai para 69% na classe C, e para 30% nas classes D e E.