Bem, você está surpreso com as últimas notícias econômicas? Se você acompanha este colunista através desta coluna não está surpreso não. Venho dizendo há muito tempo que as opções governamentais federais, principalmente, não estão de acordo com políticas que incentivem o crescimento e o desenvolvimento do Brasil.
– baixar a energia há 2 anos geraria problemas no futuro pois alguém pagaria a conta depois;
– baixar os juros por decreto nos bancos públicos geraria um efeito bom no começo e não seria sustentável no futuro;
– incentivar o consumo através da redução de IPI para automóveis, eletros e móveis não seria sustentável no longo prazo;
– incentivar o consumo de curto prazo aumentaria a inflação no médio prazo;
– Manter os preços dos combustíveis artificialmente baixos algum dia estouraria;
– Manter o preço das tarifas públicas sem aumento, algum dia teriam que aumentar mais para cobrir as defasagens;
– Fazer parcerias com Venezuela, Argentina, Bolívia, Cuba e China em detrimento de Europa, Estados Unidos e Japão é um erro que ainda vamos pagar a conta no futuro;
– Há mais tempo, questionei, em coluna intitulada ” O Petróleo é nosso?” se realmente isso era verdadeiro e se isso contribuiria decisivamente para o desenvolvimento do país;
– Falei também que o país deveria exportar mais mas parece que só agora descobriram o “ovo de Colombo” quando o déficit do país foi enorme no ano passado.
Isto tudo levaria ao aumento da inflação e, depois, ao aumento da taxa de juros para controlá-la. Portanto, você que acompanha esta coluna sabe que tudo o que está acontecendo agora é reflexo de decisões equivocadas tomadas lá atrás.
O que me espanta ( aliás, nem me espanta muito ) é que vejo alguns movimentos sociais que vão para as ruas para que a tarifa dos transportes públicos não aumente mas não vejo pessoas indo às ruas para cobrar que a história da Petrobras seja passada a limpo; questiono-me quando vejo as pessoas cobrando dos donos dos postos de combustíveis o aumento de preços quando deveriam cobrar é do governo federal, afinal foi ele que aumentou novamente os impostos sobre os combustíveis; pergunto “que país é este” quando há precariedade na saúde pública, na educação; quero encontrar respostas quando a insegurança é geral mas a única explicação que encontro é que os governos são péssimos gestores; questiono se este é um país sério quando o que vale realmente é o loteamento de cargos políticos para uma pseudo governança pública.
O que me espanta ( agora sim me espanta ) é o sentimento que muitos de nossos irmãos brasileiros “estão nem aí” com tudo o que está acontecendo. “Tô nem aí” parece ser um sentimento nacional, maior, talvez, do que “sou brasileiro e não desisto nunca”. Esta última parece mais uma frase de efeito do que um verdadeiro lema que devíamos trilhar como cidadãos deste país.
O populismo dos governos do Brasil já está levando este país a ter sérias dificuldades. O pior é que muitos países da América Latina estão trilhando o mesmo caminho, não enfrentando de frente as questões principais e pensando somente nas próximas eleições.
O que fazer? Trabalhar mais e cobrar mais dos governos as coisas pequenas mas também as grandes, as importantes.
O “tô nem aí” não pode mais dominar todo um país onde a grande maioria é de pessoas honestas e trabalhadoras como o Brasil. Faça a diferença. Mexa-se. O futuro está em nossas mãos e depende de cada um de nós.
Pense nisso e sucesso.