A disposição em ajudar e o cuidado com o próximo foram as características mais lembradas durante o sepultamento de Noemir Antônio Ribeiro Leitão, 49 anos, no Cemitério Municipal, no final da manhã de terça-feira, 28. O repórter do Jornal Semanário e da rádio Rainha FM, foi assassinado em seu apartamento no residencial Novo Futuro na madrugada de segunda-feira, 27. Um crime que surpreende e amedronta a comunidade. “Ele ajudava bastante o pessoal. Qualquer um que pedisse. Tava sempre contente, vivia pra lá e pra cá aqui no Novo Futuro. Conversava bastante com os jovens, buscava aconselhar”, lembra a amiga Marlene Schuh.

Leitão ficou conhecido no esporte amador pelo trabalho realizado à frente da escolinha Capital do Vinho. Por lá passaram vários atletas que brilharam no futebol profissional e amador de Bento Gonçalves. “Ele tinha um olho clínico e sabia como ensinar a garotada a jogar”, destaca o sobrinho Júlio César Leitão.A mesma opinião tem o radialista Jorge Luís Guamerin. “As equipes formadas pelo Leitão ganhavam todos os campeonatos. Perdi a conta de tanta gente que ele formou e foi destaque na nossa várzea”, afirma Guamerin.

Após os piores anos de sua vida, quando cumpriu pena no presídio, Leitão saiu da casa de detenção convicto em reescrever sua história. A primeira decisão foi iniciar a estudar Direito na Universidade de Caxias do Sul. Sua intenção era ajudar aqueles que não tinham condições de conseguir um bom advogado.

Os sábados passaram a ser dedicados exclusivamente para sua fé. Estudioso, Leitão virou professor na Igreja Adventista do Sétimo Dia no bairro Ouro Verde. “Eu só tenho elogios ao Leitão. Um homem comprometido e amável. Que tinha este fervor de fazer e ajudar. Que tinha gratidão no que Cristo fez na vida dele. Que tinha a esperança de viver eternamente com o Senhor”, comentou o Pastor Adílio.

Sua mudança para o residencial Novo Futuro ocorreu em 2011. Leitão foi o primeiro síndico do condomínio construído pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida e lar de 420 famílias. Entre os vizinhos, era reconhecido por ser alguém sempre disposto a ajudar, mesmo quando o auxílio parecia estar fora do seu alcance. “Todo mundo gostava dele por aqui. Se precisava de ajuda, o Leitão sempre aparecia. Trazia alimentos, arranjava cesta básica, distribuía roupas para o pessoal”, relata Marlene.

Atuante, comunicativo e que gostava de ajudar. É este jeito bondoso do Leitão que os amigos fazem questão que as pessoas lembrem. “Foi um guerreiro, um homem muito especial. Que ajudou tanta gente, tinha amor por tanta gente. Ajudou a minha filha quando teve problema de câncer, estendeu a mão para mim. Também estendeu a mão para minha prima e para todo mundo. Então eu desejo que Deus de um grande lugar no céu para ele. Foi um cara muito bom e que vai ser um exemplo para nós para sempre”, homenageou a amiga Albertina Costa.

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