A Capital do Vinho conta com vários praticantes do tiro esportivo. Uma modalidade que gera várias incertezas e dúvidas tendo em vista a utilização de armas de fogo. Porém, é uma prática esportiva segura e mesmo com pouco conhecimento do público, está trazendo para Bento uma série de títulos de reconhecimento estadual e nacional perante aos seus atiradores.

Por aqui, duas modalidades vêm apresentando um crescente no número de praticantes e de resultados: a Compak Sporting e a Sportig Fitasc, ambas tendo em comum o tiro ao prato. Elas estão regulamentadas e tem como representantes oficiais a Federação Gaúcha de caça e tiro (Fgct) e a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (Cbte), as quais tem a responsabilidade de organizar competições de todos os níveis, além de um cadastro dos desportistas.

Os torneios são realizados em clubes que possuam chancelas destas organizações. A participação a cada ano apresenta crescimento. De acordo com dados dos sites das entidades, algumas ultrapassam os 300 inscritos.

E nestas competições, vários bento-gonçalvenses se destacam e ocupam os lugares mais altos do pódio. No estadual da modalidade Compak Sporting, por exemplo, de 15 etapas disputadas, o atirador Patrick Bresolin obteve o 1º lugar em 10 e em outras quatro, ficou com a medalha de prata. Performance que lhe rendeu o título de campeão na categoria C. Ele que ainda obteve o 2° lugar gaúcho, mas na Skeet.

Além dele, Daniel Farina, que tentava o bicampeonato seguido da Compak Sporting, fechou o gaúcho com o 3º lugar na categoria A. Em 2018, o atirador recebeu o prêmio de mestre da modalidade.

Em competições regionais, os resultados também foram expressivos. Ao todo, nove etapas foram disputadas, tendo como sedes além de Bento Gonçalves, Nova Prata e São Jorge.

Farina, novamente terminou na 3ª posição. Na categoria Sênior, um triplo pódio para os bento-gonçalvenses, Evanir Zeni, 3º colocado e Roberto A. Conti, que encerrou a competição com o vice-campeonato. E o lugar mais alto do pódio no regional Serra ficou com Vilson Piletti. Quem também voltou a conquistar um título, mas na C foi Bresolin.

Bons resultados também em nível nacional

Não é apenas no estadual e em regionais que os atirados de Bento obtêm grandes resultados em competições. Em nível Brasil, isso também se repetiu em 2019. O destaque ficou por conta do desempenho é Daniel Farina, que disputou a Copa Brasil na Compak Sporting e terminou com o vice-campeonato da categoria B.

A busca por melhora é intensa. Tanto que a equipe tem Luciano Resimini, conhecido como professor, após ter sido premiado em várias etapas e conquistado inúmeros campeonatos de tiro ao prato, como técnico na Compak Sporting e Sporting Fitasc.

Segurança do esporte é muito alta e exigente

O tiro esportivo, ao contrário do que algumas pessoas acreditam por utilizar armas, tem uma alta segurança. É o que explica Bresolin. “É um esporte de alta segurança. Sempre tem atiradores mais experientes que ajudam na coordenação dos mais novos. E em todas as competições e treinos, não se tem registro de nenhum tipo de acidente”, sustenta.

Além disso, ele fala em quebra de preconceito. “Acredito que exista preconceito, pelo fato das pessoas não terem acesso a informação. O tiro esportivo é um esporte praticado a muito tempo. Inclusive a primeira medalha olímpica conquistada pelo Brasil foi através do tiro esportivo”, respalda.

O futuro está em Igor De Dea Mera

Um jovem com muito futuro no esporte. Assim pode ser definido Igor De Dea Mera, que aos 16 anos já soma grandes resultados e começa a chamar a atenção por todos dentro do tiro esportivo.

O currículo do garoto pode ser considerado impressionante. Seu ingresso no esporte se deu em agosto de 2017. Pouco mais de um ano depois, participou do Grand American World Trapshooting Championships, nos Estados Unidos Estado, que é o maior evento de tiro do gênero e reúne mais de 20 eventos de atiradores de todos os locais do mundo.

Foto: Arquivo Pessoal

Em 2019, o potencial aflorou ainda mais. Dea Mera conquistou o Campeonato Gaúcho na categoria Júnior e por equipes. Em termos nacionais, obteve no Tiro ao Prato Olímpico, o terceiro lugar na modalidade Fossa Ligth, também na Júnior.

Na soma total das etapas, o garoto ficou muito próximo na pontuação final do vice-campeão, José Ari Dal Pozzo Filho e do campeão, Leonardo Gomes Lustoza, ambos do Paraná. Ele que foi o único representante do Rio Grande do Sul na modalidade.

E a evolução tende a ser cada vez maior. Dea Mera tem como treinador Roberto Schmits, atirador esportivo que integrou a delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos de 2011 e 2019, em Guadalajara e em Lima, respectivamente. Em ambas competições obteve a medalha de bronze para o Brasil.