Em Bento, Secretaria da Saúde está fazendo o levantamento de quantos idosos em instituições de longa permanência vão receber nova aplicação

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou no fim do mês passado que hoje, 15, iniciaria a aplicação da terceira dose de vacina contra a Covid-19, chamada de “reforço”, para idosos com mais de 70 anos e pessoas imunossuprimidas. Queiroga mencionou também que a data foi escolhida porque, de acordo com os cálculos feitos pela pasta, toda população acima de 18 anos estaria imunizada no período e que a ação em nada vai alterar a aplicação da segunda dose.

Em Bento Gonçalves, a assessoria de comunicação da prefeitura garante que a Secretaria da Saúde já iniciou o contato com as instituições de longa permanência de idosos para fazer o levantamento de quantas doses serão necessárias e depois inicia a imunização por esses grupos. Os profissionais vão se deslocar até as instituições para realizar a aplicação do reforço.

O bento-gonçalvense, doutor em Ciências Biológicas, médico e pesquisador da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Felipe Dal Pizzol, explica que o método é necessário porque algumas pessoas, principalmente os imunossuprimidos têm, com o decorrer do tempo, uma redução da imunidade quando fazem o esquema padrão de duas doses. “Nesse sentido, a terceira dose amplifica ou reforça a resposta imunológica desses indivíduos, fazendo com que eles fiquem, teoricamente, mais protegidos e mantendo a proteção adequada por um período mais prolongado”, realça.

Para a terceira dose será utilizada preferencialmente a Pfizer, mas também poderão ser usadas vacinas da AstraZeneca e Janssen. Dal Pizzol pontua que a preferência é basicamente por uma questão mais administrativa do que por eficácia. “Esses dois imunizantes (Pfizer e AstraZeneca) já têm registro definitivo da Anvisa. Os estudos que utilizam regimes com imunizantes diferentes, tanto de segunda quanto até de terceira dose, são feitos com vacinas da Pfizer, principalmente, mas também a AstraZeneca”, salienta o pesquisador.

Intervalo entre as duas doses

O ministro Marcelo Queiroga também anunciou que o intervalo entre as doses dos imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca diminuiu de 12 para 8 semanas. Para o médico, a medida visa acelerar a cobertura vacinal completa em toda a população. “Tem a disponibilidade das vacinas e a vacinação está indo em um ritmo bem adequado. Então, encurtando o tempo, vamos ter mais rapidamente uma quantidade maior de pessoas totalmente cobertas. Principalmente para a AstraZeneca, o intervalo de tempo ideal é 12 semanas, então, a resposta seria individualmente maior se esperasse esse tempo todo, mas a redução da imunidade ao adiantar não é tão significativa. Do ponto de vista de proteção da coletividade, nesse momento é mais interessante encurtar o tempo. A da Pfizer, em bula mesmo, já diz que poderia ser reduzido, a efetividade dela não deve ter tanto impacto”, sublinha Dal Pizzol.