Escola Estadual Professor Ângelo Chiamolera já aguardava reconstrução do telhado após temporal em junho. Aulas estão sendo realizadas no Salão Paroquial da comunidade de Faria Lemos. Contrato com a empresa deve ser assinado até quinta-feira, 27.

A situação que já era complicada se tornou ainda mais com o alto volume de chuva entre as madrugadas de domingo, 22 e segunda-feira, 23, na comunidade de Faria Lemos, mais precisamente na Escola Estadual de Ensino Fundamental Professor Ângelo Chiamolera. O telhado que aguardava para ser recuperado e estava sendo preenchido com lonas, acabou aguentou o vento forte e a quantidade de água, e sofreu com alagamentos que aumentaram os prejuízos nas dependências da escola do interior.

A história inicia no dia 11 de junho. Naquela noite, Bento Gonçalves e região sofreram com um forte temporal que resultou em alagamentos, queda de barreiras e inúmeros destelhamentos. Um desses pontos destelhados foi a escola Professor Ângelo Chiamolera e a Casa de Cultura, localizada em frente à instituição de ensino.

Naquela oportunidade, sem as condições normais de segurança aos alunos, funcionários e professores, a direção apresentou alternativas para manter as atividades programadas em andamento, como conta o diretor, Carlos Baggio. “Por duas semanas, algumas turmas foram encaminhadas para as salas da catequese da comunidade. Outra alternativa foi a divisão do espaço do refeitório em salas de aula e do setor diretivo. Já as demais turmas que ocupavam a parte inferior, não precisaram ser deslocadas. Mas claro, foi um transtorno que jamais esperávamos”, explica.

Então, de maneira emergencial e provisória foi colocada sobre o teto da escola uma lona. O processo de liberação do local teve acompanhamento dos órgãos de segurança representados pelo Corpo de Bombeiros, do setor educativo pela 16ª Coordenadoria Regional de Educação (16ªCRE) e de obras pela 16ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (CROP). Mediante a todos os ajustes necessários, a escola recebeu o aval para o retorno das aulas. Enquanto isso, tinha início todo o trâmite burocrático da licitação para a escolha da empresa que iria realizar o conserto por parte do Governo do Estado.

Apesar do processo em andamento, o sentimento na escola era de angústia pela demora. A primeira notícia foi que a vencedora da licitação era a 4D Construções, de Encantado. Mas a assinatura do contrato do início da obra entre governo e empresa seguia a passos lentos, como ressalta Baggio. “A 16ª CROP veio, fez o levantamento dos problemas. Houve o pregão, a empresa de Encantado venceu. O contrato, as garantias para a execução por parte da empresa foram apresentadas. Mas outras burocracias acabaram atrapalhando, o que infelizmente esta cada vez mais comum. Foram quatro meses em que ficamos angustiados, pois não sabíamos até quando essa situação do telhado iria aguentar”, conta

O que antes era angústia e receio em torno da situação tornou-se uma triste realidade nas madrugadas de domingo e segunda-feira, 24. Os ventos fortes e o acúmulo de chuva acabaram levando e danificando a estrutura de proteção do teto, e a escola acabou sendo invadida pela água de forma impiedosa, como relata Baggio. “Desceu água por todos os lados. Molhou biblioteca, sala de direção, professores. Partes do forro cederam em algumas salas, uma viga de outra sala está vertendo água. Eu vim para a escola no domingo de manhã, desliguei os disjuntores na parte inferior do prédio para que não houvesse algo pior, como um curto-circuito”, lembra.

Na manhã de segunda-feira, 24, as aulas foram suspensas. Professores, funcionários e alguns pais faziam de tudo para retirar o acúmulo de água nas salas, realizar a limpeza e proteger o que fosse possível para evitar maiores prejuízos. A biblioteca foi a mais prejudicada, conforme Baggio. “O que sentimos mais é a biblioteca, com os livros e os móveis que mandamos fazer a pouco tempo para tornar o espaço agradável. Os computadores da sala digital, cobrimos e acreditamos que não tenham sofrido nenhum dano. A parte administrativa também foi atingida. Mas vamos aguardar para contabilizamos o tamanho das perdas. Infelizmente, mais uma vez, quem está sendo prejudicada é a comunidade, os alunos, professores e funcionários da escola”, lamenta.

Ordem de serviço será assinada até quinta

Conforme o Coordenador da 16ª CRE, Leonir Olimpio Razador a ordem de serviço para o início das obras na escola Ângelo Chiamolera deve ser assinada entre hoje e quinta-feira, 27. “Já está pronta e nas mãos da CROP que irá chamar a empresa 4D Construções para fazer a assinatura. Com isso, ela tem até cinco dias úteis para iniciar a execução da obra” esclarece.

De acordo com Razador, questões burocráticas atrasaram o processo. “A tarefa da 16ª é inserir no sistema a demanda da escola e ele foi feito no dia seguinte do ocorrido na escola Ângelo Chiamolera. O que acontece a partir disso são questões legais, como a vistoria no local, execução de um projeto, aprovação desse mesmo e outras questões. Infelizmente isso é assim, fosse pelo nosso desejo, tudo estaria feito antes”, lamenta.

Aulas até sexta-feira no Salão Paroquial

Para que o calendário não atrasasse, a direção da escola optou por retomar as atividades na terça-feira, 25 até sexta-feira, 28, no Salão Paroquial da comunidade de Faria Lemos.
De acordo com Baggio, uma nova reunião será feita no fim da semana para analisar o caso. “Vamos nos reunir com o Conselho Escolar para decidir como será a partir da próxima semana e durante o período de reformas. Por hora, é difícil fazer uma definição, vamos aguardar”, explica.