Casa de saúde já captou mais de 100 pessoas nas 12 pesquisas feitas em parceria com outros hospitais do país ou farmacêuticas do exterior

Para testar a eficácia e segurança de medicamentos experimentais contra a Covid-19, ensaios clínicos são conduzidos com dezenas de milhares de voluntários. Para que a estatística nos dê uma probabilidade alta de um resultado corresponder à verdade, é preciso um número grande de pacientes. Quanto maior, mais confiança no resultado. Para obter um número grande de casos, a ciência tem dois métodos: realiza o estudo durante anos ou reúne vários hospitais, somando os casos. E é exatamente esse o desafio da pandemia.

Desde maio, o Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde (ITPS) participa, junto a outros hospitais do país ou centros de referência do exterior, de testes em infectologia voltados a tratamentos para a Covid-19. Ao todo são 12, sendo que cinco já foram encerrados, três estão abertos, três irão reabrir (pois tiveram a fase encerrada) e um vai abrir. Todos eles envolvem um tipo de medicação ou de proteção diferenciada, chamada de anticorpo. De acordo com a casa de saúde, foram 104 pessoas captadas para todos esses estudos.

Exceto os que estão finalizados, todos os demais ainda precisam de voluntários. Na última semana, em transmissão ao vivo, a infectologista do hospital, Nicole Alberti Golin, salientou que ainda não estamos respaldados, cientificamente, para dizer que existe um tratamento eficaz em relação à doença. “O fato de ter chego a vacina é um bálsamo, mas provavelmente não é uma solução tão definitiva. Precisamos casar situações e soluções, prevenção e tratamento”, destaca.

Coalizão 9 – Revolution é o mais promissor

Até que todas as pessoas estejam imunizadas contra a Covid-19, há um longo caminho a ser trilhado. O estudo clínico Coalizão 9 – Revolution é o único, até o momento, que deve abrir em breve. A previsão é que inicie neste ou no próximo mês. Segundo a infectologia, serão utilizados medicamentos já conhecidos, usados para combater vírus semelhantes ao do coronavírus. “São cinco a dez dias de tratamento. Para as pessoas que concordarem entrar no estudo, é feito um acompanhamento durante um ano, os exames são todos custeados pela instiuição, além de contribuírem para, talvez, chegar a uma conclusão de que o tratamento pode funcionar – e isso será uma grande descoberta – ou para excluir”, ressalta Nicole.

Sobre a pesquisa

Critérios de inclusão

  • Idade maior que 18 anos
  • Estar hospitalizado com diagnóstico confirmado ou suspeito de Covid-19
  • Tempo entre início de sintomas e inclusão menor ou igual a 7 dias;
  • SpO2 (saturação de oxigênio no sangue) menor ou igual a 94% em ar ambiente

Abordagens terapêuticas
Intervenção: Atazanavir, Daclatasvir e Daclatasvir + Sofusbuvir
Controle: Placebo ATV, Placebo DCV e Placebo DCV + Placebo SOF

Foto: Divulgação/Tacchini