Cada sonho que a gente realiza, muitas vezes é um caminho longo e árduo a ser percorrido. Mas poucos sacrifícios ou dificuldades ficam como lembranças ruins. O sonho da casa própria, por exemplo. A gente acompanha a obra do prédio desde a preparação do terreno e vai lá passear todo o mês, fotografa cada andar que está subindo. E quando chega no seu? Lá embaixo, numa tarde quente de domingo, você se imagina naquela sacada bruta sem acabamentos. Imagina uma vida lá dentro.
O cheiro estranho dos móveis novos, da madeira, a sujeira para instalar o granito na cozinha. Passar a noite limpando a bagunça só para poder ver ele, mesmo que ainda não tenha o fogão, só com aquela meia luz daquele abajur cor de carne que só serve mesmo para fazer charme.
Eu me imaginava linda e plena vestida numa camisa branca meio desabotoada, tomando uma taça de vinho numa noite qualquer. E eu fiz muito isso. Só não tinha a camisa branca, mas me imaginava em um clipe musical mesmo assim. Quando você está sem companhia em um lugar que te faz bem, você decide se está só ou livre.
Quando entrei na faculdade, achei que fosse apenas uma experiência nova, algo que nunca ia chegar até o fim, como muitas das coisas que já fiz. Aquela velha dificuldade em terminar as coisas que começo. Os semestres foram passando, e, por mais que eu seja uma boa estudante, não levava 100% a sério, pois trabalhar e me sustentar estava sempre em primeiro lugar. Passou metade do curso e de repente eu estava fazendo estágio. Pensava: “É só o estágio, depois eu vou parar”. Eu não acreditava que ia conseguir. Não tinha pretensões reais de parar, mas não me imaginava com o canudo na mão. Tirei um tempo para meus problemas, e no próximo semestre lá estava eu. Pausa muito importante e crucial. Troquei o tema do TCC e estava muito mais focada.
O TCC 2 foi muito difícil. Sempre trabalhei bastante, mas de repente, estava cheia de freelas! Era minha mãe que limpava a minha casa e muitas vezes até levava comida para mim. E com muito orgulho, minha nota foi 10. O dia da apresentação foi indescritível, sabe quando dizem que você sente dor até um ponto, depois não sente mais? Eu estava assim, mas sentindo adrenalina. Eu estava tão nervosa, que nem sentia mais o nervosismo. Quando terminei de apresentar, não esperava os comentários tão positivos que ouvi. Caminhando até o estacionamento eu pensava: “Quê?”
Pra fechar com chave de ouro, com a comemoração você entende que tudo o que você faz não é em vão. Você pode juntar os seus melhores amigos e a família e ver olhares admirados, pois eles sabem um pouco do que você passou, nunca tudo, mas um pouco.
Sonhos não estão só na nossa cabeça nem são impossíveis. É um conjunto de passos, alegrias e tristezas, trabalho, foco e persistência. No final, cada lágrima será lembrada com muito amor. Melhor do que sonhar, só realizar! Parabéns para cada conquista, seja ela grande ou pequena. Nunca deixem de comemorar e lembrar
com carinho cada momento que ajudou a construir
sua história.